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Por virada em dérbi, Corinthians tem última chance de resolver criação ruim

Jadson é novidade do Corinthians para o clássico de domingo - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Jadson é novidade do Corinthians para o clássico de domingo Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

07/04/2018 04h00

As finais do Campeonato Paulista, que se encerram no próximo domingo (8), no Allianz Parque, têm reforçado uma antiga dificuldade do Corinthians de Fábio Carille. Atrás de uma reviravolta no placar agregado que leve o título estadual para Itaquera, já que perdeu a ida por 1 a 0, a equipe corintiana tentará ser mais criativa, o que foi mais uma vez problema nos últimos três clássicos do mata-mata.

Se somadas as duas partidas contra o São Paulo, pela semifinal, e o jogo de ida pela decisão, contra o Palmeiras, Sidão e Jaílson praticamente não trabalharam. O Corinthians voltou a mostrar dificuldades na criação, só concluiu a gol nove vezes em um total de 270 minutos e anotou um gol na somatória desses clássicos: de Rodriguinho, em bola aérea após cobrança de escanteio, nos acréscimos do segundo Choque-Rei. Não é o cenário ideal para quem precisa vencer no Allianz.

"Será um jogo diferente", espera Romero com menção ao primeiro dérbi. "No primeiro jogo, a gente finalizou pouco no gol deles, e o Carille está pedindo para a gente ficar com a bola. Vamos precisar de tranquilidade, de estar mentalmente forte e a gente vem trabalhando isso. Mas não adianta nada treinar e não implementar no domingo. É fundamental ter tranquilidade e finalizar", reforçou o paraguaio, que volta ao time na vaga do suspenso Clayson para a finalíssima.

Problema vai além da falta de um centroavante

Carille contra o Palmeiras: Corinthians quase não ameaçou de novo - Rodrigo Gazzanel;Ag. Corinthians - Rodrigo Gazzanel;Ag. Corinthians
Carille contra o Palmeiras: Corinthians quase não ameaçou de novo
Imagem: Rodrigo Gazzanel;Ag. Corinthians

Embora seja o assunto mais comentado da parte ofensiva do Corinthians desde janeiro, a falta de um centroavante não necessariamente está ligada a essa dificuldade em criar. No returno do Brasileirão passado, quando ainda tinha Jô em posição de destaque e passou a conviver com maiores expectativas por liderar o campeonato, o time de Carille patinou na criação. Em 19 jogos no período, não conseguiu fazer gol em oito - e marcou, ao todo nesse turno, 18 gols.

Em 2018, sem um goleador, o time tem encontrado novos desafios e já tentou Júnior Dutra, Kazim, Emerson e Danilo como alternativas. Carille, que criou uma nova mecânica ofensiva com Rodriguinho e Jadson como os jogadores centrais do ataque no primeiro dérbi da temporada, decidiu reviver esse sistema para a finalíssima. Jogador do time que alia maior talento e experiência, Jadson retorna após sete jogos lesionados e tenta mudar o panorama.

"Jogar sem o 9 sempre vai ser complicado", disse Romero. "Temos de ter muita tranquilidade e buscar o momento certo de finalizar. A referência é importante para qualquer time. Sem 9, temos Rodriguinho e Jadson que são diferenciados. E para quem vem de trás, como os de ponta e laterais, é fundamental apoiar, ficar com a bola, para a gente criar alguma jogada. A gente ganha posse de bola, dois jogadores de muita qualidade", acrescentou o paraguaio. Curiosamente, no mata-mata do Paulistão, os corintianos que mais finalizam a gol são o volante Maycon e o zagueiro Balbuena.

Especialista nas jogadas de infiltração, Maycon é uma das esperanças de Carille para furar o bloqueio do Palmeiras, que em Itaquera há uma semana foi infalível. Nesse clássico, a exemplo de outros momentos, a dificuldade do Corinthians em trabalhar com passes mais verticais, que superam as retrancas, ficou evidente. Uma das maneiras de tentar melhorar esse problema é a troca de Gabriel por Ralf, que tentará ser mais efetivo no fundamento.

Nos clássicos recentes, porém, São Paulo e Palmeiras bloquearam laterais e volantes do Corinthians e deixaram os zagueiros com a bola. Diante de uma equipe que raramente se propõe a sair com passes pelo centro, e prefere um caminho mais seguro pelos lados do campo, os palmeirenses tiveram o cenário ideal para minimizar os danos que o ataque de Carille poderia causar e evitar ainda as jogadas de profundidade do rival, que terá de criar muito mais se quiser aumentar suas chances de ser bicampeão paulista no domingo.