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Sem dormir desde o título, Carille admite ainda buscar tática ideal

Do UOL, em São Paulo

12/04/2018 18h05

Fábio Carille é um dos protagonistas do título paulista do Corinthians nesta temporada. O treinador conseguiu montar um time alternativo ao do ano passado, respondendo como possível às perdas de peças importantes e ganhou ainda mais prestígio com a torcida alvinegra. Ele diz que a ficha ainda não caiu, explica as diferenças entre a equipe deste ano quanto a de 2017 e opina sobre os clássicos de torcida única.

“Muito feliz por tudo, e o torcedor também, né. Nestes dias não dá para sair para lugar nenhum que já vem o carinho”, relata o treinador, que já tem três títulos no currículo de 16 meses. “Parece que aqui dentro a ficha ainda não caiu. Até escutei de alguns amigos ‘daqui uma semana você vai entender o que foi isso’. Estou sem dormir desde o jogo, três noites em claro, pensando no que está acontecendo”, diz.

Carille foi campeão paulista e brasileiro no ano passado, em uma realidade diferente da que vive nesta temporada. As dificuldades, principalmente, são fruto de contextos diversos. Se antes o desafio era construir um time, desta vez é remontá-lo, criar alternativas.

“Neste ano, muitas dificuldades, não consegui montar taticamente. Uma hora com dois jogadores de velocidade mais dois meias por dentro; ou neste jogo com o Palmeiras com três meias em campo (Mateus Vital, Rodriguinho e Jadson). Ainda estamos buscando”, admite o técnico corintiano, que já não tem um modelo de jogo preferido.

“Trabalhamos muito de acordo com o adversário, jogo a jogo. Totalmente diferente do ano passado, em que a gente não olhava muito o adversário. Assim temos uma consistência defensiva melhor, mas falta um pouquinho de entrosamento”, pondera Fábio Carille.

O mais recente título do técnico veio no último domingo (8), quando o Corinthians venceu o Palmeiras no tempo normal e nos pênaltis, no Allianz Parque. Não havia um torcedor alvinegro sequer no estádio, por serem visitantes, como determina o Ministério Público em clássicos entre os grandes do estado.

“É muito ruim ir para um jogo e não ter torcida. Isso vale para qualquer time, qualquer torcedor. Por outro lado, a gente vê que tem diminuído a violência”, pondera Carille, que acredita no retorno dos estádios divididos. “Tomara que nossas autoridades mudem as leis, e que a gente consiga outra vez fazer jogos com duas torcidas. Se na Inglaterra conseguiu mudar, onde era um dos piores lugares, por que no Brasil não?”, projeta.