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Repórter é mordido por cão da PM em final do Pernambucano: "me feriu feio"

Foto mostra como ficou a perna do repórter depois do ocorrido - Reprodução/Instagram
Foto mostra como ficou a perna do repórter depois do ocorrido Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em Santos (SP)

09/04/2018 13h15

Um repórter da Rádio CBN de Pernambuco foi mordido por um dos cães da Polícia Militar responsáveis por ajudar no policiamento da decisão do Pernambucano, entre Náutico e Central, disputada no último domingo (8). Sem perceber a presença do cachorro, ele foi atacado por trás minutos antes do apito inicial da partida.

Horas depois de passar pelo hospital, Victor Pereira usou o Instagram para relatar o que aconteceu na Arena Pernambuco.

“10 minutos antes da partida começar, enquanto eu estava parado, atrás da barra Norte, olhando para o centro do gramado onde os times estavam perfilados, senti uma pancada muito forte na minha perna esquerda. Nada mais era do que um cachorro da Polícia Militar de Pernambuco que, sem conseguir ser contido pelos próprios ‘controladores’, me atacou. Me feriu feio. Sem exageros”.

Já no início da tarde desta segunda-feira (9), Victor Pereira conversou com o UOL Esporte e contou detalhes do momento exato em que sentiu a mordida do cachorro em sua perna.

“Eu senti o ataque e, quando me virei, vi a policial tentando controlar o cão e inúmeros policiais tentando tirar o cão de mim, porque ele mordeu e segurou. Os colegas de imprensa também vieram me ajudar. Quando o cão me soltou, os policiais fizeram um cerco em cima de mim e a policial sumiu com o cão. Não vi mais. Não sei quem era [a policial] nem qual cão era”, conta.

Apesar do susto, Victor passa bem. Porém, terá de ficar em repouso e, por enquanto, longe das atividades: “A minha sorte foi que ele não rasgou. Tem um buraco, profundo, mas ‘só’ um buraco. Não chegou a rasgar. Pelo menos, essa semana fico no DM. Não consigo dirigir. Ainda dói bastante e estou mancando muito. Agora é repouso para recuperar”.

Ferido, Victor Pereira não pôde acompanhar o que seria a sua primeira final de campeonato como jornalista. “Não levei notícia, na minha primeira final de campeonato. Eu fui a notícia. Infelizmente. Não vi nada do que aconteceu em seguida. Ambulância e delegacia foi o resumo da minha primeira final de campeonato”, acrescentou o repórter.

PM lamenta ocorrido

Em nota oficial, a Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães), que pertence à Polícia Militar de Pernambuco, lamentou o ocorrido e informou que irá apurar o episódio.

“O comando da Companhia Independente de Policiamento com Cães – CIPCães – lamenta o acidente ocorrido quando um de seus animais mordeu a perna de um repórter na Arena Pernambuco e informa que abriu procedimento administrativo para apurar como se deu o episódio, e somente após a investigação poderá entender o que provocou o comportamento inadequado do cão. Lembra que prestou o atendimento emergencial ao profissional e adotou todas as providências possíveis para que ele pudesse continuar seu trabalho normalmente”, diz.

Bem, eu planejava postar, neste momento, uma foto minha, na Arena de Pernambuco lotada, com o jogo atrás de mim rolando. O objetivo era expressar o quão feliz, profissionalmente falando, eu estava, principalmente porque ontem foi o Dia do Jornalista. Em 8 meses de carreira no rádio esportivo, eu estava numa final histórica. Com público recorde e um time, que vivia um jejum de 14 anos, sendo campeão. . Mas, infelizmente, isso não foi possível. Porque, 10 minutos antes da partida começar, enquanto eu estava parado, atrás da barra Norte, olhando para o centro do gramado onde os times estavam perfilados, senti uma pancada muito forte na minha perna esquerda. Nada mais era do que um cachorro da Polícia Militar de Pernambuco que, sem conseguir ser contido pelos próprios “controladores”, me atacou. Me feriu feio. Sem exageros. Não levei notícia, na minha primeira final de campeonato. Eu fui a notícia. Infelizmente. Não vi nada do que aconteceu em seguida. Ambulância e delegacia foi o resumo da minha primeira final de campeonato. Escrevo esse texto as 21h25 do domingo (08/04), 11h25 depois de sair de casa para trabalhar em minha primeira final. Enquanto isso, estou a caminho do IML e hospital. A noite promete ser longa. Mas, escrevo este texto para dizer a todos que estou bem. Recebi inúmeras ligações e mensagens de amigos preocupados. Agradeço a preocupação e prometo, assim que eu tiver um momento de descanso, não hesitarei em responder a absolutamente todos. E sei que outras grandes oportunidades profissionais ainda estão por vir. Louvado seja Deus!

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