A Liga Forte União e a Libra elaboraram um documento de pré-acordo para negociação conjunta de seus direitos de TV e de marketing. O documento, que prioriza a parte comercial, também coloca como objetivo a formação de uma liga para organizar o Brasileiro.
O blog obteve o MOU (Memorando de Entendimento) que circula entre os clubes de futebol com os princípios para esta nova Liga.
Há resistência de clubes como Flamengo, Corinthians e Palmeiras que decidiram não assinar o acordo nestes termos. Os dois primeiros questionam a inclusão da parte comercial agora, já o clube alviverde vê o MOU como inócuo sem efetiva união de clubes.
O documento prevê a união da Libra e da Forte União para formar a denominada "Nova Liga".
Entre os objetivos listados pelo documento estão: 1) Acordo de cooperação para criar a Nova Liga 2) Definição de compromisso de negociação conjunto de direitos de TV e propriedades comerciais 3) Criação de um comitê de oito membros (quatro da Libra e quatro da LFU) para organizar a Liga e representar clubes na negociação conjunta.
São listados como princípios da Liga, entre outros, fair play financeiro e referência a ligas de elite da Europa. A intenção exposta é de fazer a liga em seis meses.
Mas o foco maior é na parte de negociação conjunta de direitos de 2030 a 2039. Tanto que fica previsto que, se não houver liga, os clubes seguem obrigados e vinculados a negociar em conjunto seus direitos.
"As disposições desta cláusula 5 (compromisso de negociar direitos) vigorarão pelo prazo deste instrumento e, na hipótese de não constituição da Nova Liga, sobreviverão a este Memorando pelo prazo mínimo da Negociação Conjunta, isto é, até a Temporada de 2039 (inclusive)", diz o documento.
Está previsto inclusive que os clubes passam a ser vetados de conduzir negociações paralelas por seus direitos. Uma agência ou consultores, escolhidos pelo Comitê, seria responsável por negociar os direitos dos clubes.
Além disso, está previsto que a Nova Liga deve priorizar ter apenas um investidor para eventual compra fracionada de direitos dos clubes. Se um time quiser negociar parte de seus direitos, teria de avisar à liga.
No documento, está descrito que a Sports Media Entertainment já faz parte do condomínio da LFU por ter comprado uma fração de seus direitos de TV até 2074. Essa empresa tem participação de investidores como a LCP Partners e a o fundo General Atlantic.
Em um anexo, são listadas 14 propriedades que os clubes cedem à Nova Liga para negociação conjunta. Entre elas, estão os direitos de TV, as placas estáticas, naming rights do Brasileiro, video game e fantasy games, uso de imagem de atletas e de símbolos. Veja abaixo a lista das principais:
Propriedades cedidas pelos clubes
1) Todas de áudio e vídeo, em qualquer forma de mídia
2) propriedades de campo (placas)
3) produtos de realidade virtual
4) ações de marketing relacionadas aos jogos
5) jogos fantasy e videogames
6) licenciamento para exploração de apostas, com exceção de direitos de Beting
7) símbolos e imagens dos atletas para marketing da liga
No documento, existe um princípio de como funcionará a distribuição do dinheiro da venda dessas propriedades. Mas há pontos relevantes em aberto neste critério.
A divisão é de 85% da receita para a Série A, e 15% para a Série B.
A partir daí, há três critérios, 40% igualitário, 30% por performance no Brasileiro e 30% por audiência. Esses percentuais já ocorrem na LFU e na Libra nos atuais contratos de TV. A questão é quais são as regras dentro de cada um deles.
No caso da performance, já existe a divisão por posição estabelecida pelo MOU: 1o) 9,5%, 2o) 9,1%, 3o) 8,6%. E assim vão sucessivamente por posições. Os quatro últimos ganham 1,25% cada um.
No caso da audiência, está escrito que a regra do critério vai ser definida.
No caso das placas, e outras propriedades comerciais, o MOU também deixa em aberto como será a divisão. Está escrito que será estabelecido um critério de "comum acordo". Não há explicação de como seria a votação para estabelecer esses valores.
Atualmente, os contatos de placas cresceram bastante em valor. Cada clube tem um acordo diferente e há grandes diferenças entre eles em relação ao pagamento por seus jogos em casa.
Por fim, fica estabelecido que não poderá haver uma diferença de mais do que 3,5 vezes entre o clube que mais ganhará na Nova Liga e aquele que menos arrecadará.
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