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Oscar Roberto Godói

Árbitra Edina Alves mostrou competência, mas tem de confiar mais em si

A árbitra Edina Alves durante partida pelo Brasileirão 2019 - Igor Pereira/AGIF
A árbitra Edina Alves durante partida pelo Brasileirão 2019 Imagem: Igor Pereira/AGIF

22/07/2019 13h56

Um provérbio popular diz que "o lobo perde o pelo, mas não perde o vício". No futebol, para alguns, independentemente da função e cargo, vale tudo desde que seja a favor. Quando as decisões da arbitragem são favoráveis tudo fica perfeito; quando são contrárias, nada presta.

O Vasco venceu o Fluminense por 2 a 1, de virada e após ficar com dois jogadores a mais com as expulsões de Digão pelo segundo cartão amarelo e de Frazam por vermelho direto. O técnico vascaíno Luxemburgo elogiou a arbitragem de Bruno Araújo por não ter recorrido ao VAR. Teria ele o mesmo comportamento se tivesse saído derrotado nas mesmas circunstâncias?

O zagueiro Digão foi expulso com o segundo amarelo ao tocar a bola com o bico da chuteira e o adversário ter acertado a sola. O jogador do Flu visou a bola, acertou a bola e nem falta fez e foi expulso. Entendo que o árbitro errou.

Frazan foi expulso por ter, supostamente, impedido uma situação clara de gol com as mãos (agarrando), atitude que deve ser punida com vermelho. O que se discute é se o vascaíno Pikachu tinha o domínio ou o controle da bola. Em caso de expulsão direta, o VAR pode ser consultado e não foi. Entendo que o árbitro acertou.

O técnico do Fortaleza, Rogério Ceni, detonou o VAR e as decisões contrárias aos interesses do seu time, mesmo que corretas. No empate em 2 a 2 com o Atlético-MG, em Minas, seu zagueiro Roger Carvalho fez dois pênaltis imbecis, mas não foi criticado pelo técnico.

Foi interessante ver e ouvir Rogério Ceni criticar a repetição da cobrança do pênalti chutado por Alerrandro e defendido incorretamente por seu goleiro, Felipe Alves. Não é o assistente que está no pé da trave que deve indicar a irregularidade e sim, a tecnologia do VAR. Na segunda cobrança feita por Luan o goleiro defendeu obedecendo a regra.

A árbitra Edina Alves não precisava ter recorrido tanto ao VAR para confirmar as decisões iniciais que tomou corretamente. Tem que confiar mais em si, competência já mostrou que tem.

No jogo Corinthians 1 x Flamengo 1, a tecnologia ajudou, mesmo que demorando muito, a validar o gol de empate dos cariocas. O árbitro Leandro Vuaden foi muito bem ao mostrar o cartão amarelo para Berrío no pênalti em Vagner Love, para desespero de Junior Urso que, desconhecendo a regra, exigia a expulsão do flamenguista. A infração foi cometida com o pé, tentando jogar a bola, mesmo sendo uma situação clara de gol.

O jogador do Flamengo foi expulso posteriormente após o segundo amarelo por uma cotovelada no rosto de Sornoza, numa disputa de bola pelo alto. Entendo que o cartão vermelho deveria ter sido mostrado diretamente.

A Fifa ilustra com fotos e filmes os tipos de pênaltis que devem ou não ser marcados quando a bola toca na mão ou braço dos atletas defensores. Então, na 11ª rodada do Brasileirão não dá para aceitar o que fez o árbitro Rodrigo D'Alonso no jogo Ceará 2 x Palmeiras 0.
Marcou pênalti para o Palmeiras quando a bola tocou no braço do zagueiro Luiz Otávio e depois cancelou ao consultar o monitor do VAR. O que ele viu de diferente para mudar de opinião?

Oscar Roberto Godói