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Após cinco dias de impasse, obras na arena carioca retomam o ritmo normal

Após cinco dias de impasse, obras na arena carioca retomam o ritmo normal

22/08/2011 - 11h30

Trabalhadores encerram greve no Maracanã; na Bahia, paralisação pode começar na quarta

Maria Clara Serra
No Rio de Janeiro

Operários das obras do Maracanã e o consórcio formado pelas construtoras Delta, Odebrecht e Andrade Gutierrez chegaram a um acordo. Após cinco dias de greve e uma reunião de 13 horas no domingo, o consórcio Maracanã 2014 aceitou algumas reivindicações dos trabalhadores e uma reunião na manhã desta segunda-feira selou o fim da greve. As obras no estádio já estão a pleno vapor novamente. Já os trabalhos na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), podem ser paralisados na próxima quarta-feira, quando os trabalhadores votam uma paralisação para protestar contra suposto assédio moral que os operários estariam sofrendo na obra. 

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada do Rio de Janeiro (Sitraicp), Nelson Fonseca, a adesão ao fim da paralisação no Maracanã foi de 100%, e os operários ficaram satisfeitos com a oferta das construtoras:

"Nos reunimos hoje no portão 13 do Maracaná e tivemos a adesão total ao fim da greve. Conseguimos o aumento da cesta básica de R$ 110 para R$ 160 a partir do dia 1º de setembro. Após três meses, esse aumento sobe para R$ 180. Os dias parados não serão descontados do salário dos trabalhadores".

O consórcio prometeu ainda ampliar o plano de saúde aos familiares dos operários daqui há três meses e contratar mais gente para trabalhar na obra.

"Hoje são 2.100 trabalhadores, mas o número deve chegar a quatro mil. No entanto, ainda não há previsão de quando eles serão contratados", disse o diretor da Sitraicp ao UOL Esporte.

Mesmo com o fim da greve, os líderes do sindicato estão em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) para selar o acordo. O consórcio Maracanã 2014 soltou a seguinte nota esta manhã:

"O consórcio Maracanã Rio 21014 informa que os trabalhadores voltaram às suas atividades nesta manhã, após assembleia em que foi aprovado acordo para encerramento da greve iniciada na última quarta-feira, dia 17/08.

O acordo foi negociado com o Sitraicp, no domingo (21.08).

O acordo mostra a disposição do Consórcio em negociar com o Sindicato, mesmo estando em vigência convenção coletiva aprovada com essa mesma entidade em abril passado e válida até janeiro de 2012. Os termos do acordo serão informados ao Tribunal Regional do Trabalho em audiência marcada para as 22h de hoje".

Os trabalhadores estavam em greve desde a manhã de quarta, quando a explosão de um tonel com produtos inflamáveis feriu o ajudante de produção Carlos Felipe da Silva Pereira. O operário foi atirado a dois metros de distância e sofreu queimaduras e um traumatismo no joelho.

 

Assédio moral na Fonte Nova

Ficou para quarta-feira a assembleia que seria realizada nesta segunda no canteiro de obras da Fonte Nova, em Salvador. Lá, os 980 trabalhadores envolvidos na obra deverão expor as reivindicações e, se não forem atendidos, votarão a greve.

De acordo com Adalberto Galvão, presidente do Sintepav-Bahia, o sindicato que representa os trabalhadores da obra da Fonte Nova, um dos principais problemas é o assédio moral sofrido pelos trabalhadores. Segundo ele, pessoas ligadas à Fonte Nova Participações (formada pelas empresas OAS e Odebrecht) estariam fazendo ameaças para que o cronograma das obras seguisse no prazo estabelecido.

“Existe um grupo de encarregados que exige que os trabalhadores executem suas funções além da capacidade física para acelerar o ritmo das obras. A empresa que avançar loucamente o cronograma e, quando alguém se nega, eles ameaçam demiti-lo”, denuncia Galvão.

Na lista de reivindicações ainda conta outros pontos importantes, como a contratação de um plano de saúde para os trabalhadores, além do aumento no valor pago pela participação nos lucros e nas horas extras realizadas.

Segundo o sindicato, os trabalhadores envolvidos na reforma da Fonte Nova cumprem uma carga horária semanal de 44 horas, de segunda a sexta-feira, e o salário para um pedreiro, por exemplo, é de R$ 1.043 mensais, além de uma cesta básica de R$ 130.

Em nota oficial enviada ao UOL Esporte, a Fonte Nova Participações negou quaisquer problemas com os operários e afirmou manter um bom relacionamento com os empregados.

Obras para a Copa de 2014
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