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10/10/2011 - 18h11

Romário visita obras do Maracanã, critica governo e diz que estádio não é mais o mesmo

Luiz Maurício Monteiro
No Rio de Janeiro
  • Romário e Otávio Leite conversam em frente a uma maquete do novo Maracanã

    Romário e Otávio Leite conversam em frente a uma maquete do novo Maracanã

O ex-jogador e atual deputado federal (PSB-RJ) Romário mostrou na tarde desta segunda-feira que, mesmo depois de ter pendurado as chuteiras, continua jogando no ataque. Durante o Fórum Legislativo da Copa de 2014, que percorre todas as cidades-sedes da competição, o antigo camisa 11 criticou os valores do orçamento das obras do Maracanã, além das próprias modificações no estádio, e também o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que não compareceu ao encontro.

Ao lado de Márcia Lins, secretária de turismo, esporte e lazer do Rio, o Baixinho, coordenador do Fórum, fez perguntas e contestações junto a outros deputados federais e estaduais, entre eles o também ex-jogador Bebeto. E foi justamente referindo-se ao companheiro do Mundial de 1994, que Romário fez uma das maiores críticas à organização do torneio: as alterações naquele que já foi considerado o maior estádio do Mundo.

“É um gasto totalmente desnecessário. Eu e ele (Bebeto) vivemos ali dentro. Sabemos que não tem porque fazer certas mudanças. Talvez queiram mudar até o nome do estádio ou talvez já tenham previsão para uma nova reforma””, ironizou Romário, ainda na sala onde foi apresentado o projeto de reforma.

Números do novo Maraca

R$ 860 Mi de gastos
78.639 lugares
10.500 vagas previstas
261 banheiros

Passada esta etapa, o ex-jogador de Vasco, Flamengo e Fluminense foi observar o andamento das obras de um dos pontos mais altos do Maraca, onde ficavam os camarotes. De capacete de obras na cabeça, Romário posou para fotos e conversou com Marcia Lins, que garantiu que o estádio será entregue em fevereiro de 2013, e Otávio Leite, deputado federal. Antes de deixar o local, o atacante dos 1.002 gols conversou com jornalistas e voltou a reclamar dos números do orçamento e também a lamentar as várias modificações no Maracanã, que de original terá apenas a fachada mantida, já que é um patrimônio tombado

“É uma pena ver o Maracanã nesse estado. Realmente não vai ser mais o mesmo Maracanã que a gente conhece. Está totalmente desfigurado, é um outro estádio. E sou contra esses valores gastos, por mais que se torne um dos estádio mais modernos do mundo, como disse a secretária. É um dinheiro que poderia estar sendo investido na saúde. Mas o governo acha válido. A Copa do Mundo realmente é um dos maiores eventos que existem, mas dura só um mês. Acho que temos outras prioridades”, ressaltou ele, que aproveitou para criticar também o governador do Rio, que era esperado no evento, mas não apareceu.

“Não acho que tenha fugido do encontro, mas é uma pena. O Rio de Janeiro foi a 11ª capital-sede da Copa que nós visitamos, e ele foi o único governador que não esteve presente. É lamentável. Ele vai alegar problemas na agenda, mas também já sabia dessa reunião há muito tempo. Esse é o governador do Rio de Janeiro!”.

BAIXINHO ATACA FIFA E DIZ QUE COPA NÃO SERÁ PARA O POVO BRASILEIRO

Romário também aproveitou para criticar a postura da Fifa, nesta-segunda feira. Ele afirmou que a entidade não pode se sobrepor às leis brasileiras e que o direito à meia-entrada para os idosos e a proibição da venda de álcool devem continuar em vigor durante o torneio. “Se a Fifa não for colocada em seu devido lugar, ela logo terá mais poder do que a nossa presidente e a Copa do Mundo será do jeito que ela quiser e não da maneira que deveria ser”. Ele ainda criticou a organização do evento e afirmou que a festa será para poucos. "Existem problemas em todas as cidades-sede. O Brasil certamente não sediará a melhor Copa do Mundo da história, como muitos dizem. Não será uma Copa para o povo brasileiro”.

Aeroporto também é alvo

Além de um encontro dos parlamentares e autoridades estaduais e municipais na Assembleia Legislativa e da inspeção às obras do palco da final do Mundial, uma visita técnica ao Aeroporto Internacional Tom Jobim também estava programada. Porém, os compromissos anteriores se prolongaram e comitiva não conseguiu seguir para o local. Para Romário, isso não fez muita diferença.

“No PowerPoint (programa de informática), quando observamos os projetos, tudo é uma maravilha. Mas na realidade é diferente. Na verdade, deixando de ir ao aeroporto, não vamos estar perdendo nada. Dizem que está tudo bem, porque no final tudo é maquiado. Mas na verdade não está tudo bem. É só observar um feriadão desses qualquer, que já dá problema. O governo diz que não há nada de errado, mas nós sabemos que tem”, encerrou.

Obras para a Copa de 2014
Obras para a Copa de 2014

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