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A partir de agora, trabalhadores da Copa se apresentarão unidos nas negociações

A partir de agora, trabalhadores da Copa se apresentarão unidos nas negociações

18/11/2011 - 06h01

Sindicatos de obras da Copa se unem e levarão pauta única à CNI para "evitar greve geral"

Vinícius Segalla
Em São Paulo

Líderes sindicais representantes dos trabalhadores de dez das 12 obras dos estádios que receberão as partidas da Copa do Mundo de 2014 se reuniram nesta quinta-feira em São Paulo e definiram uma pauta única de reivindicações para negociar com as indústrias de construção civil. O documento será entregue à CNI (Confederação Nacional da Indústria), ao Ministério do Trabalho e à Secretária Geral da Presidência da República até o final deste ano.

O QUE QUEREM OS OPERÁRIOS DA COPA

Piso salarial unificado no país Para todas as obras, piso de R$ 968 mais crescimento real do setor da construção para os não qualificados (ajudante e servente). Para os qualificados, acréscimo de 30% sobre este piso
Plano de Saúde Para todos os trabalhadores das obras e extensivo aos familiares
Cesta Básica De R$ 300, paga por meio de cartão-alimentação
PLR* No valor de dois salários
Folga familiar De cinco dias a cada 60, a começar em uma segunda-feira e somando-se às folgas de sábado e domingo, para o trabalhador voltar à sua cidade de origem e ver a família
Hora extra De 80% em dias de semana, 100% aos sábados e 150% aos domingos e feriados
Ingressos para os jogos da Copa Reivindicação que será levada à Fifa. Pelo menos um ingresso para cada trabalhador dos estádios
  • * Participação nos Lucros e Resultados
  • Fonte: sindicatos das obras da Copa

A partir daí, os trabalhadores pretendem negociar ponto a ponto com as construtoras nos primeros meses de 2012. "Queremos estabelecer um patamar mínimo de direitos e condições salariais e de trabalho para todas as obras da Copa. Se a negociação não avançar, nosso recurso será a convocação de uma greve geral, mas nosso desejo é não ter que chegar a este ponto", afirma Eduardo Armond, da Federação Nacional dos Trabalhadores da Construção Pesada - Fenatracop.

Nesta sexta-feira, às 10h, os líderes sindicais irão divulgar a "Declaração de São Paulo", contendo as diretrizes gerais do que foi acordado na reunião desta quinta (veja tabela ao lado), que contou com representantes das cinco maiores centrais sindicais do país: CUT, Força Sindical, CGBT, UGT e Nova Central. 

Os pontos principais são a criação de um piso salarial nacional para os operários baseado no valor mínimo praticado em São Paulo, de R$ 968. Sobre este valor seria aplicado um adicional correspondente ao crescimento do faturamento do setor da construção civil em 2011 (11,9%), mais a inflação do período.

Além disso, os sindicalistas pedem vale-alimentação de R$ 300, plano de saúde extensivo aos familiares dos trabalhadores e pagamento de participação nos lucros no valor de dois salários e pisos para adicionais noturnos e hora-extra.

"Tudo o que pedimos já existe separadamente em acordos estabelecidos entre sindicatos e contrutoras em obras pelo país. Não há invencionices", garante Adalberto Souza Galvão, o Bebeto, presidente Sintepav-BA (sindicato dos trabalhadores da construção da Bahia).

A reunião desta quinta foi organizada pela ICM (Internacional dos Trabalhadores da Construção e Madeira), que desde março de 2010 articula com os sindicatos das cidades-sedes da Copa a criação de uma frente única para negociar com as empreiteiras que tocam as obras da Copa.

UNIÃO RARA DE SE VER

  • Marina Gurgel/ICM

    Sindicalistas de dez cidades-sedes da Copa, filiados a cinco centrais sindicais diferentes, chegaram a um consenso e a uma pauta única de reivindicações, nesta quinta-feira, em São Paulo

A entidade, que tem sede em Zurique, na Suíça, protagonizou articulação semelhante na África do Sul, quando o país se preparava para sediar a Copa do Mundo de 2010.

"Temos pautas que discutimos diretamente com a Fifa, e este canal será ampliado durante este tempo que falta para a Copa", conta Edison Bernardes, vice-presidente da ICM para América Latina e Caribe.

Também nesta quinta, o filipino Ambet Yufon, secretário-geral da entidade, reuniu-se com Jêróme Valcke, secretário-geral da Fifa. Via internet, ele falou com o grupo reunido em São Paulo logo após sair do encontro. Disse que ICM e Fifa concordaram em trabalhar juntos para criar missões internacionais que fariam visitas periódicas às obras do Brasil, a fim de fiscalizar as condições de trabalho nos canteiros.

Da reunião a portas fechadas das lideranças sindicais, que durou seis horas e foi acompanhada em parte pelo UOL Esporte, produziu-se também uma pauta que será levada diretamente à entidade que comanda o futebol mundial: "Queremos que a Fifa conceda um ingresso grátis para uma partida da Copa para cada trabalhador que ajudou a construir os estádios", anunciou.

A "Declaração de São Paulo" contará com a assinatura dos sindicatos da construção civil de dez cidades-sedes da Copa: Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA)  e São Paulo (SP). Não participaram os sindicatos de Belo Horizonte (MG) e Natal (RN).

 

Obras para a Copa de 2014
Obras para a Copa de 2014

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