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Renato Mauricio Prado

O futuro é francês

Griezmann, Pogba e Mbappé comemoram a vitória da França na final da Copa do Mundo - Catherine Ivill/Getty Images
Griezmann, Pogba e Mbappé comemoram a vitória da França na final da Copa do Mundo Imagem: Catherine Ivill/Getty Images

15/07/2018 14h50

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Deu a lógica. A Croácia foi valente, pressionou a França no primeiro tempo, merecia até ter ido para o intervalo em vantagem, mas saiu perdendo por 2 a 1, vítima de um gol contra (numa falta que não existiu) e de um pênalti duvidoso, marcado com o auxílio do VAR. Depois do intervalo, em menos de 20 minutos, os franceses liquidaram o jogo, com dois gols em sequência. Em ambos com participação decisiva de seu mais jovem talento: Kylian Mbappé, de apenas 19 anos, puxou o contra-ataque que culminou com o terceiro, feito por Pogba, e marcou ele mesmo o quarto, sepultando qualquer esperança de reação dos croatas.

O placar final de 4 a 2 (Mandzukic ainda descontou, numa falha grotesca do goleiro Lloris) pode soar exagerado, diante da entrega da Croácia, mas acabou fazendo justiça à melhor seleção da Copa: a França. Ainda que não tenha sido brilhante em todas as partidas, a equipe dirigida por Didier Deschamps foi a única favorita a confirmar tal condição. Antes do Mundial, ao seu lado apareciam Alemanha, Brasil e Espanha. Nenhum deles chegou sequer às semifinais. O time de Tite foi o que mais se aproximou disso, caindo nas quartas de final, diante da Bélgica.

A França campeã do mundo na Rússia é uma das equipes mais jovens do Mundial e a idade de seus principais talentos permite sonhar com glórias futuras. Mbappé tem 19 anos, Pogbá, 25, Griezmann, 27. Têm tudo para chegar na próxima Eurocopa, daqui a dois anos, e ao Qatar, daqui a quatro, em plena forma.

A vitória francesa na Copa da Rússia serviu ainda para colocar em xeque o reinado do toque de bola, inaugurado com a conquista da Espanha, em 2010, na África do Sul, e solidificado pela fase áurea do Barcelona, a partir de Pep Guardiola. O time de Deschamps quase sempre prefere o contra-ataque ao domínio territorial e, na decisão, teve apenas 39% de posse de bola, contra 61% da Croácia.

A eficiência foi a maior característica francesa, confirmada na final: os croatas finalizaram 15 vezes contra o gol de Lloris, mas apenas três vezes no alvo certo (marcando dois gols), já Mbappé e cia tiveram oito conclusões, seis na direção correta da baliza (com quatro gols). Impossível, portanto, não ver justiça no resultado final, apesar das polêmicas sobre a arbitragem.

Na cerimônia de premiação, após a partida, a votação da Fifa agradou gregos e troianos: Mbappé foi eleito o melhor jogador jovem da Copa e Modric, o Bola de Ouro. Será o croata eleito também o craque do ano?

Renato Mauricio Prado