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Copa 2018

Constância e "era Tite" fazem Corinthians bater Palmeiras em selecionáveis

Fagner, lateral do Corinthians, marca Di Maria em amistoso Brasil x Argentina - Saeed Khan/AFP
Fagner, lateral do Corinthians, marca Di Maria em amistoso Brasil x Argentina Imagem: Saeed Khan/AFP

Diego Salgado e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

13/05/2018 04h00

Corinthians e Palmeiras se enfrentam neste domingo, a partir das 16h, um dia antes da convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2018. E enquanto o time alvinegro vive a expectativa de ter até três jogadores chamados por Tite para a lista final, os alviverdes, com um elenco mais caro e considerado mais badalado, não alimentam perspectiva concreta de contar com um representante na Rússia. Por quê?

Os corintianos Cássio e Fagner têm grandes chances de estarem na relação final de 23 convocados. O goleiro, se for chamado, será apenas terceira opção atrás de Alisson e Ederson, enquanto o lateral pode até ser titular após a lesão que tirou Daniel Alves da Copa. O outro jogador com possibilidade de ir à Rússia é o meia Rodriguinho, que vive ótima fase e concorre na posição que é a maior incógnita na seleção, mas suas perspectivas são menores que as dos companheiros de time.

Já no Palmeiras, apenas Lucas Lima pode ser apontado como um jogador "no radar" de Tite. O meia foi convocado cinco vezes pelo treinador quando jogava pelo Santos e chegou à equipe alviverde no início do ano com grande expectativa de jogar a Copa, mas hoje está atrás de outros nomes da posição. Outros atletas que já foram chamados, como Weverton (quando estava no Atlético-PR), Marcos Rocha (quando jogava pelo Atlético-MG) e Dudu, não estão em consideração.

Dois aspectos principais explicam essa situação. Um diz respeito à constância maior do Corinthians nos últimos anos em relação ao rival, enquanto o outro tem a ver com a experiência que Tite já teve com os atletas do time do Parque São Jorge, onde teve duas passagens recentes de muito sucesso (2010-2013 e 2015-2016).

Identidade de jogo mais estável e "afinada" com Tite

Cássio - Pedro Martins/MoWA Press - Pedro Martins/MoWA Press
Cássio é candidato à vaga de terceiro goleiro do Brasil na Copa
Imagem: Pedro Martins/MoWA Press

A continuidade da linha de trabalho do Corinthians é um caso raro no futebol brasileiro. Desde a primeira chegada de Mano Menezes, em 2008, o time construiu uma identidade de jogo que quase não foi interrompida desde então - as exceções tiveram passagens rápidas e malsucedidas, como Adilson Batista em 2010 e Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira em 2016.

Nesse cenário mais estável, os jogadores têm condições mais favoráveis para se desenvolverem e subirem de nível ao longo do tempo. Os casos de Fagner e Rodriguinho são bons exemplos. Outro reflexo disso é que os três selecionáveis corintianos são jogadores consolidados no clube já há alguns anos, adaptados à forma de jogar da equipe.

No Palmeiras, a situação é oposta. O time viveu uma verdadeira "montanha-russa" de estilos de trabalho nos últimos anos, passando de Cuca para Eduardo Baptista, voltando para Cuca, finalizando o ano com Alberto Valentim e agora com Roger Machado, que tem apenas cinco meses de trabalho. Como consequência, as atuações coletivas e também as individuais de seus principais jogadores oscilaram bastante durante esse período e ainda variam, prejudicando suas chances na seleção.

Também é impossível ignorar a experiência de Tite trabalhando diariamente com os jogadores do Corinthians quando comandou o clube. Além de dar ao treinador um conhecimento muito mais profundo de cada atleta, esse convívio fez também com que eles tivessem seus comportamentos e estilo de jogo moldados pelo técnico. Eles já jogam de uma maneira que Tite gosta, e com isso o treinador economiza tempo para adaptá-los ao modelo da seleção.

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