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Cidade-sede da Copa ainda desenterra mortos da Batalha de Stalingrado

Volgograd Arena, em Volgogrado, sediará jogos da Copa do Mundo na Rússia - Tatyana Makeyeva /Reuters
Volgograd Arena, em Volgogrado, sediará jogos da Copa do Mundo na Rússia Imagem: Tatyana Makeyeva /Reuters

da BBC

05/06/2018 16h29

A Batalha de Stalingrado - hoje Volgogrado - foi uma das mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial. Durou seis meses - do fim de julho de 1942 a 2 de fevereiro de 1943, em território soviético.

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Até hoje - 75 anos depois - ossadas são encontradas nas áreas que serviram de campo de batalha. Alguns foram descobertos durante a construção de um estádio para a Copa do Mundo da Rússia.

"Quando estavam construindo o novo estádio de futebol, encontraram as ossadas de três soldados", diz Alexey Bormotov. Ele é um dos "escavadores voluntários", um grupo que escava terras na busca dos restos mortais dos soldados.

O objetivo é tentar identificar essas pessoas e dar a elas um enterro digno. "A cada ano, nós achamos cerca de mil soldados e os enterramos", afirma.

Bormotov levou a reportagem da BBC ao local onde lutou a 36ª Divisão do Exército Soviético, que tentava defender o sul de Stalingrado do avanço do Exército alemão.

volgogrado - reprodução/BBC - reprodução/BBC
Imagem: reprodução/BBC

De acordo com os registros, houve um combate intenso naquela área e cerca de 250 soldados soviéticos foram mortos. Todos permaneceram lá. Não tiveram funeral nem enterro, até que as equipes começaram a encontrá-los.

Cinco minutos após os voluntários chegarem, o detector de metais apitou. Os escavadores encontraram uma granada F1, fabricada pela União Soviética.

"Dois dias atrás, encontramos três corpos e agora estou preenchendo a papelada. Se achamos corpos, cavamos ao redor deles com cuidado e, se achamos uma identificação, acrescentamos isso na papelada", conta Bormotov.

"Exumamos as ossadas e enterramos num cemitério." Mas milhares de corpos continuam desaparecidos.

"Às vezes, eu me pergunto quando esse trabalho vai acabar. E então eu percebo que esse é um trabalho que nunca vai terminar", reflete.

Graças ao trabalho dos voluntários, alguns soldados estão "descansando em paz". Não estão mais abandonados no campo de batalha.

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