Tite escapa de cortes com gestão de lesões e plano de "longo prazo" na Copa
Concentrada desde o dia 20 de maio, a seleção brasileira sofreu com lesões e ainda não conseguiu reunir os 23 atletas para um trabalho completo com Tite. Mesmo assim, a quatro dias da estreia na Copa do Mundo, o treinador conseguiu escapar da necessidade de cortar um jogador lesionado e comprometer a unidade de grupo em que tanto investe. Para isso, apostou em uma gestão cuidadosa dos problemas físicos e adotou estratégia rara em torneios de tiro curto.
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Há 15 dias, Renato Augusto deixou de treinar por dores no joelho e ficou praticamente uma semana sem nem ir a campo. Houve, na comissão, quem considerasse a possibilidade de corte, mas a decisão foi apostar até o fim na manutenção do atleta.
Embora seja reserva nos atuais planos de Tite, o jogador é líder importante em discussões com o grupo e até mesmo em eventuais palpites para acertos táticos. É por isso que o meio-campista permaneceu na lista da Copa apesar de precisar de tratamento especial no joelho esquerdo a cada esforço maior que faz.
Douglas Costa viveu situação semelhante. Ele sofreu uma lesão na coxa no último jogo da temporada pela Juventus e se apresentou em Teresópolis, no início da preparação, com chance de ser cortado. O histórico de várias lesões jogou contra o atacante, mas, mais uma vez, Tite e sua comissão resolveram apostar até o último minuto. Neste caso, a recuperação foi mais bem-sucedida, e Douglas treina sem gerar preocupações atualmente.
O caso mais recente é o de Fred. O jogador completou o sexto dia sem treinar nesta quarta-feira após uma pancada sofrida por Casemiro ainda em Londres, no último dia 7. Por ter sido uma lesão traumática, sem afetar ligamentos, músculos ou ossos, o corte está descartado.
Mas a filosofia de Tite também deixa os atletas mais tranquilos em relação ao tema. O treinador não se preocupa em perder o atleta por um ou dois jogos da primeira fase e só defende o corte em situações extremas. Sua meta, inclusive, é ter o grupo 100% preparado para o mata-mata.
O técnico já disse publicamente que considera normal a “briga de galo” nos treinos e que as lesões fazem parte do objetivo de ter um time em nível competitivo na hora em que a disputa se acirrar.
A estratégia é semelhante, por exemplo, à que Felipão adotou na Copa de 2002. Na ocasião, a comissão técnica montou um sistema para monitorar atletas que viviam problemas de lesão às vésperas do Mundial. Ronaldo é o caso mais emblemático, ao lado de Rivaldo, que precisou de infiltrações e treinos especiais até a final contra a Alemanha.
Já em 1998, Zagallo adotou atitude oposta. Romário, grande estrela do Mundial passado, foi cortado pelo treinador apesar dos apelos. O atacante afirmou que tinha totais condições de atuar e disparou contra a comissão da época. "Infelizmente, na cabeça da comissão técnica, eles não tiveram essa paciência. Eles não devem ter confiado na minha recuperação", disse na época.
Pouco tempo depois, inclusive, o Baixinho fez questão de entrar em campo pelo Flamengo para mostrar que teria condições de ser convocado, mas não teve um de seus melhores desempenhos.
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