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Tite rege Brasil e vê vitória escapar em jogada que tanto valoriza

Tite orienta seleção brasileira durante jogo contra a Suíça pela Copa do Mundo de 2018 - Damir Sagolj/Reuters
Tite orienta seleção brasileira durante jogo contra a Suíça pela Copa do Mundo de 2018 Imagem: Damir Sagolj/Reuters

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Rostov-on-Don (Rússia)

17/06/2018 17h07

Tite fez sua estreia em Copa do Mundo como se fosse um maestro. Suas mãos tentaram reger a seleção brasileira em campo. Na maioria das vezes, o gestual remetia a cobranças que o treinador fez durante os treinamentos. Porém, a vitória escapou justamente depois de uma cobrança de escanteio, jogada muito treinada por ele e que decretou o 1 a 1 com a Suíça, neste domingo.

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Um dos momentos mais emblemáticos da nervosa mímica do treinador aconteceu pouco antes de Philippe Coutinho abrir o placar. O treinador bateu as costas de uma das mãos na palma da outra. Parecia pedir: chutem a gol. Instantes depois, Coutinho abriu o placar chutando de longa distância.

Assim, aos 20 minutos do primeiro tempo, Tite via o jogador que ele chama de mágico fazer a torcida brasileira explodir de alegria pela primeira fez na Rússia.

Imediatamente, o comandante foi abraçado pelo auxiliar Cléber Xavier, seu homem de confiança, e em seguida  “engolido” pelos reservas. Na sequência, Tite repetiu para o assistente o gesto que lembra um pedido de chute.

A Suíça tentou reagir rapidamente, aumentando o nervosismo das mãos do técnico brasileiro. Ele indicava onde os jogadores deveriam tocar a bola. A cena lembrou os treinamentos na fase de preparação. Tite pedia muitas trocas de passes para fugir da marcação.

Tite orienta a seleção brasileira na estreia contra a Suíça - André Mourão / MoWA Press - André Mourão / MoWA Press
Regendo a equipe, Tite pediu mais chutes a gol e passes na estreia
Imagem: André Mourão / MoWA Press

Com o corpo praticamente de lado, braços esticados para frente e mãos espalmadas, ele indicava para o Brasil marcar a Suíça sob pressão no campo de defesa dela, algo repetido à exaustão nos trabalhos diários.

Também numa jogada bem treinada pelos brasileiros na defesa, a Suíça empatou aos 5 minutos do segundo tempo, de cabeça, com Zuber, livre, depois de cobrança de escanteio. O cuidado nas bolas paradas é justamente um dos pontos mais exaltados pelo treinador como fator de definição de uma partida.

Pela primeira vez, as mãos de Tite fizeram gestos incompreensíveis. Em seguida, ele fez algo raro até então na partida. Deixou a área técnica para ficar no banco de reservas.

Mas o fim da regência não significou desistência. Com 23 minutos da etapa final, ele já havia feito duas substituições. Casemiro deu lugar a Fernandinho e Paulinho saiu para a entrada de Renato Augusto.

Depois, Tite confirmou que no Mundial não está disposto a esperar para mexer no time. Trocou rápidas palavras com o assistente Sylvinho e chamou Firmino para entrar no lugar de Gabriel Jesus.

O reserva teve uma chance para desempatar o jogo logo depois de entrar, mas finalizou para fora. O treinador não esboçou reação.

No final, ele ainda acompanhou a última chance de não marcar com um empate sua estreia no principal torneio de futebol do mundo com as mãos para trás do corpo.

O apito final foi a senha para Tite se retirar discretamente de campo, sem demonstrar desespero pelo resultado decepcionante para o torcedor brasileiro.