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Sonho ao pesadelo em 128 minutos: como "conto de fadas" de Guerrero ruiu

Capitão da seleção chorou após eliminação do Peru para a França na Copa do Mundo - Damir Sagolj/Reuters
Capitão da seleção chorou após eliminação do Peru para a França na Copa do Mundo
Imagem: Damir Sagolj/Reuters

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

21/06/2018 21h00

Capitão da seleção do Peru na primeira Copa do Mundo do país após 36 anos de ausência, Paolo Guerrero é o maior símbolo de tudo o que envolveu a participação dos sul-americanos no torneio: do êxtase da classificação na repescagem ao choro da eliminação logo no segundo jogo em território russo, contra a França. Reserva na derrota diante da Dinamarca e titular o jogo inteiro nesta quinta-feira, o atacante de 34 anos viu seu conto de fadas ruir em 128 minutos.

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Guerrero enfrentou uma longa batalha judicial para poder jogar o Mundial. Ele foi flagrado em exame antidoping em outubro de 2017, após partida contra a Argentina pelas Eliminatórias sul-americanas da Copa, que denunciou a presença de uma substância existente na cocaína. A contraprova também deu positivo e o jogador começou a cumprir suspensão em novembro do ano passado. Depois a Fifa confirmou seu afastamento por 14 meses, diminuiu para seis, e tudo isso deflagrou uma guerra nos bastidores em que ele só conseguiu liberação para jogar a Copa no fim de maio - às custas de um efeito suspensivo "superprovisório" e apelações a diversas instâncias.

Foi sem Guerrero que a seleção peruana entrou em campo na repescagem pela última vaga da Copa do Mundo contra Nova Zelândia, representante da Oceania. Em novembro, uma vitória por 2 a 0 garantiu a classificação em partida repleta de homenagens ao camisa 9 nas arquibancadas e no campo: todos os jogadores usaram camisas especiais no aquecimento e Farfán comemorou um dos gols exibindo a camisa do jogador ausente. 

Ficar fora da Copa do Mundo seria um golpe duro para o atacante que acumulava feitos marcantes pela seleção peruana, mas nunca uma disputa de Mundial. Ele foi artilheiro da Copa América em 2011 e 2015, é o maior artilheiro da história da seleção peruana com 35 gols e também foi goleador da equipe nas Eliminatórias, com seis gols. Ele simboliza uma geração e, por isso, saiu em lágrimas da Arena de Ekaterinburg, triste pelo vexame, pelas duas chances claras de gol perdidas contra a França e especialmente por ter sido desarmado por Pogba no lance do gol adversário, marcado por M'Bappé.

A batalha jurídica que se arrastou por seis meses não impediu a realização do sonho de Guerrero, mas os resultados abreviaram o bom momento: duas derrotas por 1 a 0, para Dinamarca e França, com participação em 33 e 95 minutos, respectivamente. Foram quatro finalizações (três certas e uma errada), 29 passes (20 certos e nove errados), dois impedimentos, 12 perdas de bola, dois cruzamentos, um desarme, um passe para finalização, um cartão amarelo e 11,6 km percorridos.

Ainda resta uma partida, que será disputada na próxima terça-feira, às 11h, contra a Austrália, que tem um ponto e ainda sonha com classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo. O Peru já está eliminado pois a França soma seis pontos e a Dinamarca tem quatro.

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