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Coutinho ofusca Neymar e Gabriel Jesus com início goleador na Copa do Mundo

Coutinho comemora o primeiro gol da seleção contra a Costa Rica em São Petersburgo - AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON
Coutinho comemora o primeiro gol da seleção contra a Costa Rica em São Petersburgo
Imagem: AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON

Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida, Ricardo Perrone e Thiago Rocha

Do UOL, em São Petersburgo (RUS) e São Paulo (SP)

22/06/2018 21h00

Philippe Coutinho é uma das engrenagens que fazem a seleção brasileira fluir. Recém-deslocado para o centro do campo, é o mais próximo do "ritmista" que Tite procurou para fechar a lista de convocados para a Copa do Mundo. No imaginário da torcida, o meia-atacante do Barcelona seria quem abriria os caminhos para o protagonismo de Neymar e os gols de Gabriel Jesus na Rússia. Passadas duas rodadas, no entanto, os papéis estão invertidos.

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No empate por 1 a 1 com a Suíça e na vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica, nesta sexta-feira (22), em São Petersburgo, Coutinho foi decisivo. Marcou dois gols, um em cada jogo, e em ambos acabou eleito o melhor jogador em campo, a exemplo de outros três destaques deste Mundial: Cristiano Ronaldo (Portugal), Cheryshev (Rússia) e Modric (Croácia). Com Neymar ainda à procura da melhor forma e Jesus abalado pelo jejum de gols, o jogador de 26 anos passou de coadjuvante de luxo a principal arma verde-amarela neste início de Mundial.

Coutinho é o jogador brasileiro que mais finaliza a gol na Copa: dez tentativas - cinco certas e cinco erradas. É um dos líderes neste quesito, empatado "apenas" com o argentino Lionel Messi, o português Cristiano Ronaldo e o uruguaio Luis Suárez. Os gols marcados até agora ressaltam duas de suas características em campo: o arremate de fora da área (contra os suíços) e a presença na área vindo de trás (diante dos costarriquenhos).

Nas duas partidas neste Mundial, Philippe Coutinho errou apenas nove dos 149 passes tentados, o que lhe dá um aproveitamento de 94%. Apenas o lateral-esquerdo Marcelo, outro "desafogo" da equipe de Tite na busca pelo gol, teve mais a bola no pé nesta Copa (178 toques, 165 certos e 13 errados).

O Brasil deu sinais de que precisaria de um foco maior nas opções que Coutinho oferece ao time durante o primeiro tempo do amistoso contra a Croácia, dia 3 de junho, em Liverpool. No primeiro tempo, Tite testou uma formação com três volantes (Casemiro, Paulinho e Fernandinho), com o camisa 11 aberto como ponta pela esquerda, mas a seleção ficou encaixotada na marcação adversária e sem saída de bola.

Na segunda etapa, com Coutinho mais próximo à linha central e Neymar no ataque, na ocasião voltando a atuar após mais de três meses de inatividade por lesão, a seleção deslanchou e bateu os croatas por 2 a 0. A formação mais ofensiva repetiu-se no amistoso contra a Áustria, vencido por 3 a 0, em Viena.

Ao menos no discurso, Coutinho prefere a discrição e não se considera um protagonista. "O importante foi o coletivo", ressaltou o meia-atacante após o triunfo sobre a Costa Rica. "O importante na vitória foi a equipe não desistir até o último minuto, estar mentalmente forte do início ao fim", concluiu o camisa 11, que se tornou o oitavo jogador brasileiro a marcar nas primeiras duas partidas de uma Copa do Mundo, igualando-se a nomes como Didi, Baltazar e Leônidas da Silva.