Irritação com árbitro e sofrimento conectam torcida e seleção em vitória
Na cidade em que, pela primeira vez na Copa da Rússia, a seleção brasileira teve um contato emocionante com a torcida, na chegada a São Petersburgo, a relação entre fãs e time foi mais de sofrimento com a dureza do jogo e irritação com a arbitragem do que de festa. A explosão de alegria aconteceu apenas com os gols de Philippe Coutinho e Neymar nos acréscimos, que decretaram a vitória sobre a Costa Rica por 2 a 0, nesta sexta-feira.
Copa-2018: Assista aos gols de Brasil 2 x 0 Costa Rica
A nova música, exaltando os cinco títulos mundiais do Brasil, pouco foi ouvida. E a sintonia com o time se deu inicialmente pela irritação com a arbitragem.
Enquanto Neymar se incomodava com o juiz Björn Kuipers em campo, a torcida parecia ter comprado o discurso de que a seleção brasileira vem sendo prejudicada no apito. Sempre que um brasileiro desabava no gramado, o árbitro holandês era vaiado.
Teve até o tradicional “ei, juiz, vai tomar no c...”, após uma reclamação no ataque na etapa final. O auge da pressão aconteceu, também no segundo tempo, quando o árbitro repreendeu Neymar e fez gestos para se queixar que o brasileiro reclama muito. Antes, no final do primeiro tempo, decepcionados com o empate, os torcedores esboçaram uma vaia à seleção.
Se o primeiro tempo não empolgou, o intervalo foi animado para os torcedores que estavam perto da tribuna de imprensa. “Au, au, au, Edmundo é animal”, gritava um grupo ao descobrir o ex-jogador e comentarista do Fox Sports no estádio. Depois, foi a vez de o apresentador e comentarista Benjamin Back ser homenageado com gritos de “é melhor que o Galvão”.
Na volta para o segundo tempo, com Douglas Costa no lugar de Willian, o Brasil melhorou e passou a criar chances. A torcida se inflamou, mas a sequência de ataques desperdiçados transformou a empolgação em ansiedade.
Com o passar do tempo e a manutenção do preocupante 0 a 0 no placar, os gritos de apoio na arquibancada diminuíram e deram espaço às manifestações de desespero. Sobraram expressões como “não acredito”, “ai, ai, ai” e “meu Deus”.
A conexão com o time passou a ser com gestos de desespero. Neymar encobriu o rosto com a camisa ao chutar para fora numa das melhores chances do jogo. Na arquibancada, torcedores em diferentes setores encobriam o rosto com as mãos a cada ataque perdido.
A expectativa pela marcação de um pênalti para o Brasil, que não se confirmou após a arbitragem revisar o lance por vídeo, terminou com uma reclamação até tímida pela torcida.
No auge do sofrimento, já nos acréscimos, o Brasil balançou a rede duas vezes e encerrou a tarde em São Petersburgo ouvindo o hit “o campeão voltou” no estádio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.