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Copa 2018

Ofensivo, Brasil joga para impor hierarquia em Copas e espantar zebra

Neymar, Gabriel Jesus e Paulinho são algumas das armas ofensivas do Brasil nesta sexta-feira - André Mourão/MoWa Press
Neymar, Gabriel Jesus e Paulinho são algumas das armas ofensivas do Brasil nesta sexta-feira
Imagem: André Mourão/MoWa Press

Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Petersburgo (Rússia)

22/06/2018 04h00

A música criada por torcedores brasileiros na Rússia deu o recado: “primeiro a ser tricampeão, primeiro tetracampeão e único penta”. Em São Petersburgo, nesta sexta-feira (9h de Brasília), a seleção de Tite tenta confirmar, diante de Costa Rica, sua hierarquia quando o assunto é Copa do Mundo.

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Embora chegue à Rússia assombrado por um 7 a 1 histórico diante da Alemanha, o Brasil ainda pode dizer que não costuma cair diante de zebras. Entre os gigantes do mundo do futebol, a seleção é a única que só caiu diante de gigantes em Copas recentes. Sua última eliminação na primeira fase, por exemplo, foi só em 1966, contra Portugal e Hungria. Esse currículo motiva o Brasil atual a reagir contra qualquer chance de surpresa na Rússia. 

O momento é de espantar fantasmas. Afinal, depois de nove edições consecutivas em que estreou com vitória, o Brasil só empatou com a Suíça no domingo passado. Contra uma Costa Rica que abriu sua participação com derrota e jogará a vida, a seleção pentacampeã tem quase um mata-mata já em sua segunda partida na Copa.

“São jogos com caráter decisivo em função do empate no primeiro jogo. Tem o caráter decisivo e temos consciência”, resumiu Tite na véspera da partida, no suntuoso e caríssimo Estádio Krestovsky, palco de uma das semifinais do Mundial.

Se quiser chegar lá, a seleção sabe que precisa, primeiro, recuperar a efetividade que marca a história de Tite em dois anos no banco brasileiro. E para vencer um time que tem a defesa de cinco jogadores em seu DNA recente, o Brasil mais ofensivo possível foi mantido pelo comandante. Não apenas um sinal de confiança para os atletas, mas uma constatação sobre o tipo de jogo que haverá em São Petersburgo.

O modelo de atuação esperado contra os costa-riquenhos, em termos gerais, é o mesmo do recente amistoso com a Áustria. O rival vencido categoricamente por 3 a 0, em Viena, utiliza cinco defensores, quatro jogadores em recomposição mais à frente e dá margem para que Coutinho atue como articulador e ainda tenha no time outros três nomes ofensivos – Willian, Gabriel Jesus e, claro, Neymar.

“Aquela atuação ajuda [a definir o time]. A Áustria jogava dessa forma, se defendendo no 5-4-1 e atacando com uma linha de quatro, dois jogadores mais à frente. Mudam as características dos atletas e comportamento das seleções, mas ajuda [como modelo]”, disse o auxiliar Sylvinho. Tite ainda completou com a referência: “a escalação é coerência de uma sequência de trabalho”.

O que Tite espera de melhora na equipe brasileira

Tite - André Mourão / MoWA Press - André Mourão / MoWA Press
Imagem: André Mourão / MoWA Press

Depois de um empate decepcionante, em jogo com pontos altos e baixos, Tite reservou parte de sua análise para tratar de fazer críticas sobre a arbitragem. Essa manifestação à parte, ele também avaliou pontos para evolução do Brasil nesse segundo confronto na Rússia.

O principal deles diz respeito à circulação de bola. Iniciar muitas jogadas pela esquerda foi um planejamento de jogo para a estreia, mas a ideia de que esses lances terminassem em ataques pela direita não funcionou. Sem conseguir sair da pressão suíça naquele lado, o Brasil viu Gabriel Jesus isolado e pouca participação do trio Danilo-Paulinho-Willian.

Tite, embora não confirme publicamente, espera por um Neymar mais coletivo. Sem dribles entre as intermediárias, que solte a bola de forma mais rápida e possa aparecer na frente para finalizar. Nesse sentido, atenção especial também com Paulinho, que foi pouco presente no jogo com a Suíça.

Dois pontos mereceram bastante atenção do treinador nos últimos dias. Marcação firme à frente, e que tire a Costa Rica da zona de conforto e permita ao Brasil pressionar, e também atenção nas bolas paradas. O gol de Zuber, na estreia, surgiu não somente por um empurrão em Miranda, mas pelo espaço deixado por ele e Thiago Silva no centro da área.

Para não aumentar o risco de ser eliminado pela primeira vez desde 1934, e para não ter dois empates pela primeira vez desde 1978, o Brasil tentará fazer tudo isso e confirmar sua hierarquia em Mundiais.

FICHA TÉCNICA

BRASIL X COSTA RICA

Data:
 22 de junho, sexta-feira
Local: Estádio Krestovsky, em São Petersburgo (Rússia)
Horário: 9h (de Brasília)
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (ambos holandeses)

BRASIL: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Willian, Paulinho, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus.
Treinador: Tite

COSTA RICA: Keylor Navas; Cristian Gamboa, Johnny Acosta, Óscar Duarte, Giancarlo González e Bryan Oviedo; Bryan Ruíz, Celso Borges, David Guzmán e Johan Venegas; Marco Ureña.
Treinador: Óscar Ramírez

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