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Copa 2018

Com golaço, Suíça vira sobre a Sérvia e mantém Brasil na liderança do grupo

Julio Gomes

Colaboração para o UOL, em Kaliningrado (Rússia)

22/06/2018 16h53

O Brasil é o líder do Grupo E da Copa do Mundo da Rússia. Nesta sexta-feira (22), a Suíça arrancou uma virada por 2 a 1 sobre a Sérvia e deixou a equipe de Tite na primeira colocação da chave. Mitrovic abriu o placar, mas Xhaka e Shaqiri definiram o jogo.

Assista aos gols de Sérvia 1 x 2 Suíça

O resultado deixa os suíços com os mesmos quatro pontos da seleção brasileira, mas os comandados de Tite levam vantagem pelo saldo de gols (2 contra 1). Aí entra a importância do placar de 2 a 0 obtido contra a Costa Rica. A Sérvia tem três pontos, e os costarriquenhos ainda não pontuaram.

O Brasil ainda enfrenta a Sérvia nesta quarta-feira (27), às 15h. A equipe de Tite depende apenas de si mesma para terminar a primeira fase da Copa do Mundo no primeiro lugar do grupo E. No mesmo horário, a Suíça enfrenta a já eliminada Costa Rica.

Veja o que pode acontecer na próxima rodada

O melhor: Xhaka

xhaka - Clive Rose/Getty Images - Clive Rose/Getty Images
Imagem: Clive Rose/Getty Images

Foi dele o golaço do empate, aos 7 minutos do segundo tempo, e o grande passe que presenteou Shaqiri com o gol da virada aos 44. Xhaka não apareceu muito no primeiro tempo, mas seus 45 minutos finais renderam a vitória à Suíça.

O pior: a zaga da Sérvia

É bem verdade que toda a equipe sérvia abriu mão do jogo no segundo tempo, mas a defesa parece ter perdido totalmente sua noção de espaço nos minutos finais da partida. Milenkovic e Tosic tiveram o emocional abalado com o gol de empate e acabaram abrindo o caminho para a virada de Shaqiri.

A polêmica e a glória de Shaqiri

shaqiri - Clive Rose/Getty Images - Clive Rose/Getty Images
Imagem: Clive Rose/Getty Images

O dono das vaias e do gol da vitória. Se Shaqiri já vinha irritando a torcida da Sérvia por usar a bandeira do Kosovo na chuteira, imagine quando fez o gol da virada aos 44 do segundo tempo, após receber um belo lançamento de Xhaka.

Ferrolho suíço por baixo, fragilidade pelo alto

mitrovic - Ricardo Moraes/Reuters - Ricardo Moraes/Reuters
Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

A Suíça até conseguiu impor seu “ferrolho” defensivo nas jogadas por baixo, mas não pelo alto. Em um intervalo de poucos segundos no primeiro tempo, Tadic cruzou duas vezes para Mitrovic na pequena área.

Na primeira tentativa, Sommer fez grande defesa. No segundo toque de cabeça, aos cinco minutos de jogo, o camisa 9 acertou uma conclusão que o goleiro suíço não teria como espalmar.

Ainda no primeiro tempo, aos 18, o próprio Mitrovic mostrou que estava com a confiança cheia ao arriscar uma bicicleta para o gol. Mas a bola não atingiu o alvo, e a queda chegou a causar algumas dores ao atacante.

A Suíça cansou de perder gols

dzemaili - Clive Rose/Getty Images - Clive Rose/Getty Images
Imagem: Clive Rose/Getty Images

Quando se atua diante de uma equipe bem posicionada como a Sérvia, o luxo de perder gols não pode existir. Dzemaili teve três chances claras de marcar: na primeira, aos 10, recebeu de Rodriguez pela esquerda e chutou de primeira para fora.

Posteriormente, aos 32 do primeiro tempo, recebeu um belo passe entre os zagueiros e se viu livre na área, mas decidiu não chutar. Dzemaili optou por uma inversão sem sentido para a direita que ninguém entendeu, provavelmente nem mesmo ele.

Em defesa de Dzemaili, ele não teve culpa ao desperdiçar a maior chance da Suíça aos 29 do primeiro tempo. Sua finalização foi bem defendida pelo goleiro Stojkovic.

Em busca da independência

Não se trata apenas de um sonho esportivo. A Sérvia não disputa o mata-mata da Copa do Mundo desde que se desligou da antiga Iugoslávia, quando foi até as quartas de final em 1990. Ou seja, a seleção irá para a última rodada não apenas com o objetivo de avançar para a próxima fase, mas com o sonho de se reafirmar no futebol com seu próprio nome.

Geopolítica em campo

Declarada de forma unilateral em 2008, a independência do Kosovo é assunto que costuma causar mal-estar na Sérvia, cuja maioria da população ainda não a vê com bons olhos.

No momento em que foram apresentados no telão os jogadores de origem albanesa ou kosovar, Xhaka, Behrami, Dzemaili e, principalmente, Shaqiri, as vaias foram fortíssimas. Era perceptível como alguns torcedores estavam mais exaltados, apontando o dedo para o campo e gritando impropérios de forma raivosa.

Shaqiri foi vaiado de forma sistemática sempre que pegou na bola. Ele joga com a bandeira do Kosovo em uma das chuteiras e foi acusado de ter "provocado" os sérvios nas redes sociais ao mostrar que usaria este modelo na Copa.

Única seleção concentrada em Kaliningrado, a torcida sérvia foi maioria nas arquibancadas do estádio. Foi possível notar uma fraternidade entre estes torcedores e os russos, que empurravam a seleção aos gritos de “Sérvia, Rússia, Sérvia, Rússia”.

Em alguns momentos, grupos pequenos de torcedores entoaram cânticos dizendo que "o Kosovo é da Sérvia". Uma bandeira russa com os dizeres “Serbia, welcome home” (“Sérvia, bem-vinda à casa”, em tradução literal) esteve pendurada atrás de um dos gols.

FICHA TÉCNICA
SÉRVIA 1 X 2 SUÍÇA

Data e hora: 22 de junho de 2018, às 15h
Local: Estádio de Kaliningrado (Rússia)
Árbitro: Feliz Brych (Alemanha)
Auxiliares: Mark Borsch e Stefan  Lupp (Alemanha)
Cartões amarelos: Savic, Milivojevic, Matic, Mitrovic (Sérvia); Shaqiri (Suíça)
Gols: Mitrovic, aos 5 minutos do primeiro tempo (Sérvia); Xhaka, aos 7 do segundo, e Shaqiri, aos 44 (Suíça)

SÉRVIA: Stojkovic; Ivanovic, Milenkovic, Tosic e Kolarov; Matic, Milivojevic (Radonjic), Tadic, Savic e Kostic (Ljajic); Mitrovic
Técnico: Mladen Krstajic

SUÍÇA: Sommer; Lichtsteiner, Schar, Akanji e Rodriguez; Behrami, Xhaka, Shaqiri, Dzemaili (Embolo) e Zuber (Drmic); Seferovic (Gavranovic)
Técnico: Vladimir Petkovic

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