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Cidade brasileira que recebeu Alemanha em 2014 divide coração após 4 anos

Thomas Müller dá autógrafo para criança com a camisa do Brasil na saída da Alemanha de Cabrália, em 2014 - Arnd Wiegmann/Reuters
Thomas Müller dá autógrafo para criança com a camisa do Brasil na saída da Alemanha de Cabrália, em 2014
Imagem: Arnd Wiegmann/Reuters

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

23/06/2018 04h00

Derrotada de maneira surpreendente pelo México na primeira rodada da Copa do Mundo, a seleção da Alemanha entra em campo neste sábado, às 15h (de Brasília), em clima de decisão contra a Suécia, que somou três pontos na abertura e já largou com vantagem no Grupo F. Pressionado, o time do técnico Joachim Löw  mudou sua programação na Rússia ao trocar Vatutinki, a 30 km de Moscou, por Sochi, cidade de clima mais quente e que conta com um complexo esportivo, sem necessidade de longos deslocamentos para treinar. Qualquer semelhança com o que rolou em 2014, no Brasil, não é mera coincidência... 

Na última Copa, a Alemanha construiu um centro de treinamento na Bahia exclusivo a seus jogadores e com o campo agregado ao alojamento. Apesar da privacidade desejada pela delegação, os alemães não evitaram contato com a população local: conheceram a cultura e dançaram com os índios da aldeia Pataxó de Coroa Vermelha e interagiram com moradores do povoado de Santo André, na cidade de Santa Cruz Cabrália. A relação em 2014 foi tão forte que não acabou.

Letreiro de Cabrália - Divulgação/Prefeitura de Cabrália - Divulgação/Prefeitura de Cabrália
Imagem: Divulgação/Prefeitura de Cabrália

"O amor vai renascer a cada quatro anos nos corações de cada cidadão cabraliense", anuncia a Prefeitura da cidade brasileira que recebeu a Alemanha na última Copa. O poder público municipal aproveitou o Mundial disputado na Rússia para realizar uma série de ações que ligam Cabrália à Alemanha.

A principal ação foi a mudança de decoração do letreiro que é ponto turístico da cidade na praia de Arakakaí e agora tem quatro letras pintadas em verde, amarelo e azul e quatro em preto, vermelho e amarelo. Meio Brasil, meio Alemanha.

Em espaços públicos, como postes e praças municipais, além de hotéis, restaurantes e residências há bandeiras, adesivos e diversas referências às seleções brasileira e alemã. É uma relação estimulada pelos órgãos públicos e abraçada pela população. "Somos todos Brasil nessa Copa, mas tenho certeza que a Alemanha é a segunda seleção de todos", conta o prefeito da cidade, Agnelo Santos. 

Na prática, o legado não vai muito além desta relação simbólica entre a cidade baiana e a seleção alemã. O centro de treinamentos construído para a Copa de 2014 hoje é um "Exclusive Eco Beach Resort", como informa sua página na internet, administrado por empresários estrangeiros e que recebe boa parte de turistas estrangeiros. Por outro lado, a cidade baiana segue recebendo mídia gratuita, inclusive em veículos internacionais, e impulsiona o turismo nas vilas locais.

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