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Copa 2018

Sensação na fase de grupos, VAR perde protagonismo e 'some' no mata-mata

REUTERS/John Sibley
Imagem: REUTERS/John Sibley

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

14/07/2018 04h00

Principal novidade da Copa do Mundo na Rússia, o árbitro assistente de vídeo perdeu o protagonismo que teve nos primeiros jogos. O VAR tem sido tão usado no mata-mata quanto foi na fase de grupos, mas tem aparecido consideravelmente menos para o público.

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Segundo dados da Fifa, nos 48 jogos da primeira fase houve 335 consultas ao vídeo (média de 6,97 por jogo), das quais 14 mudaram a decisão da arbitragem em campo. Já entre oitavas e semifinais foram 110 consultas ao VAR em 14 jogos (média de 7,85), mas apenas duas revisões — cabe a ressalva quanto às cinco prorrogações, que fazem a média a cada 90 minutos cair para 7.

Desses números, conclui-se que o vídeo continuou sendo usado no mata-mata na mesma proporção da fase anterior. Mas esse tipo de consulta quase não é percebido pelo torcedor, porque o processo acontece principalmente na sala de operação do VAR, em Moscou. A interferência da tecnologia é mais sentida pelo público quando a decisão de campo é alterada, situação que tornou-se rara com o avanço da Copa do Mundo. Das oitavas às semifinais, houve uma revisão a cada 700 minutos de jogo (contando prorrogações) — antes, era a cada 300.

Essa redução quer dizer que os árbitros do mata-mata têm acertado mais em campo, portanto precisando menos do vídeo. É uma evolução natural, afinal espera-se que as equipes de arbitragem que trabalhem nas decisões sejam as melhores da Copa, o que em tese faz a qualidade aumentar.

VAR - REUTERS/Jorge Silva - REUTERS/Jorge Silva
Imagem: REUTERS/Jorge Silva
Além da interferência direta, o escocês Andy Roxburgh, ex-jogador e membro do Comitê Técnico da Fifa, aponta um tipo de atuação da tecnologia que não pode ser medido quantitativamente. “O VAR está neste contexto [de melhor futebol]. Não foi só para minimizar os erros, mas, depois da parte inicial da competição, acabou o 'agarra-agarra' e passou a ter um espaço maior para se movimentar”, opina.

O árbitro assistente de vídeo já marcou esta Copa do Mundo, mas ainda pode voltar a ser protagonista nas duas partidas que restam. Bélgica e Inglaterra disputam o terceiro lugar às 11 horas (de Brasília) deste sábado (14), enquanto França e Croácia jogam pela taça às 12h de domingo. Os franceses, é bom lembrar, ‘estrearam’ o VAR neste Mundial.

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