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Copa 2018

Jovem campeã, França tentará "domínio" em Copas que não existe desde Pelé

Antoine Griezmann mostra camisa da França com duas estrelas após título na Copa do Mundo de 2018, na Rússia - Matthias Hangst/Getty Images
Antoine Griezmann mostra camisa da França com duas estrelas após título na Copa do Mundo de 2018, na Rússia
Imagem: Matthias Hangst/Getty Images

Marcel Rizzo e Pedro Ivo Almeida, do UOL, em Moscou (Rússia)

16/07/2018 04h00

A Copa do Mundo de 2018 terminou no último domingo (15). E por mais que seja cedo para qualquer previsão mais exata sobre o torneio de 2022, no Qatar, ao menos uma situação pode ser vislumbrada. Com campeões jovens – média de idade de 26 anos –, a França que levantou a taça deste ano chegará com boa parte de sua força no próximo mundial. A missão, então, será tentar repetir algo que não acontece desde o Brasil de Pelé (1958 e 1962) – um bicampeonato. O sonho ainda é distante. E o primeiro objetivo será o de superar os recentes fracassos das equipes campeãs nas disputas subsequentes.

Campeã em 2006, mas com um time com mais de 29 anos de média de idade, a já experiente Itália trocou inúmeras peças e caiu na primeira fase em 2010 -- dois empates e uma derrota, fracasso que antevia a má campanha também em 2014, quando igualmente parou na primeira fase e, claro, 2018, quando nem se classificou para jogar na Rússia.

A Espanha, campeã em 2010, tinha média de idade semelhante à da França de hoje em dia, 26 anos, e projetava um domínio. Foram campeões da Euro 2012, mas no Brasil, em 2014, parece que a geração Iniesta levou o "salto alto" e caiu na primeira fase.

Com 26 anos e três meses de média de idade em 2014, quando levantou a taça no Brasil, a Alemanha manteve as principais peças para a Rússia, como Muller e Ozil, descartou alguns novatos, como Sané, e esbarrou na primeira fase, confirmando a maldição que cerca os campeões no Mundial seguinte.

"Temos um time jovem e acho que podemos brigar por mais coisas. É uma geração que pode brilhar", disse o zagueiro Varane, 25, capitão extraoficial da equipe e um dos líderes da equipe apesar da juventude.

Varane faz parte da geração "93", como são chamados os jogadores nascidos em 1993, como ele, Pogba e Umtiti, que haviam fracassado na Euro-2016 (Varane, machucado, não jogou). Deram a volta por cima na Rússia, e ainda por cima receberam uma joia: aos 19 anos, Kylian Mbappé ganhou o prêmio de revelação do Mundial, com os quatro gols que fez e atuações deslumbrantes, como contra a Argentina, nas oitavas de final. "Estou no começo da caminhada. Quero ir até onde meu limite permitir. Ganhar uma Copa do Mundo é bom demais, mas quero mais", disse Mbappé.

Do time-base montado por Didier  Deschamps, que deve ficar, jogadores mais rodados como o goleiro Lloris, o meia Matuidi e o centroavante Giroud, todos com mais de 30, devem perder espaço. O restante tem idade mais uma Copa ou mais. As laterais, por exemplo, com Pavard e Lucas Hernández, dois jogadores de 22 anos que foram apostas de Deschamps para a Copa, estão bem servidas. Mesmo Griezmann, que também fez quatro gols na Rússia, terá 31 daqui quatro anos, com totais condições de atuar em alto nível.

"Temos um time para muitos anos", cravou Pogba. A conferir em 2022, no Qatar.

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