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Fla decide usar apenas R$ 10 milhões de dinheiro da TV para contratar jogadores

Patricia Amorim posa com Marcelo Campos Pinto, executivo da TV Globo, no acordo pré-votação - Divulgação
Patricia Amorim posa com Marcelo Campos Pinto, executivo da TV Globo, no acordo pré-votação Imagem: Divulgação

Vinicius Castro*

No Rio de Janeiro

30/05/2011 17h30

A cúpula de futebol do Flamengo receberá R$ 10 milhões para a contratação de reforços na sequência da temporada. O dinheiro virá do contrato com a TV Globo para a transmissão dos jogos até 2015, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo na noite desta segunda-feira. Desde o início das negociações, a diretoria rubro-negra sonhava com boa parte do valor para reforçar o seu elenco.

Porém, como o contrato só passará no plenário após acordo político entre os poderes do Flamengo (Conselho Diretor, Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Conselho Deliberativo), a quantia reservada para a contratação de reforços será menor do que a esperada. O restante dos R$ 45 milhões será usado nas prioridades do clube, o pagamento de tributos para retirar a CND (certidão negativa de débito) e o investimento nas obras do CT Ninho do Urubu. Do montante, R$ 29, 7 milhões representam as luvas pela assinatura e R$ 15,3 milhões correspondem a uma antecipação no contrato de pay-per-view.

Com isso, em torno de R$ 15 milhões será destinado para a questão tributária. O centro de treinamento receberá R$ 8 milhões nas suas obras. O clube ainda usará parte da quantia para o pagamento de salários, dívidas e premiações atrasadas.

“O Flamengo não vai sair gastando com contratações. Todos os poderes se reuniram e as prioridades foram acordadas. Se o contrato anterior fosse mantido não iria passar na votação. É importante ter essa mentalidade e entender que a aprovação do contrato vai fazer com que um jogador que custava determinada quantia passe a valer o dobro para o Flamengo. Isso será bem coordenado”, afirmou Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal, ao UOL Esporte.

O impasse colocado em pauta pelo cartola rubro-negro refere-se ao então Fundo de Custeio da CBF, que obrigava os clubes a repassar R$ 8 milhões/ano para a entidade. Com essa quantia, a CBF financiaria compras de direitos de transmissão aos clubes não contemplados por acordos televisivos, como os que sobem da Série B para a Série A.

Agora, o contrato foi modificado. Para cada das quatro temporadas celebradas, o Flamengo receberá R$ 88 milhões. Entretanto, poderá aumentar a sua renda através do rateio por 18 clubes do contrato de TV fechada. O valor é de R$ 180 milhões no total, mas a forma como será dividido ainda não foi definida.

Já o contrato com a Rede TV, assinado pelo Clube dos 13 por meio de uma procuração entregue pelo Flamengo, que renderia R$ 38,7 milhões/ano em TV aberta, será cancelado pelo departamento jurídico do Rubro-Negro.

“Essa opção deveria ter sido feita lá atrás pela Rede TV, mas os executivos não apresentaram garantias bancárias. É um contrato sem eficácia atualmente. O jurídico vai cuidar para resolver a questão sem maiores problemas. Mas todos os clubes estão passando por isso, não só o Flamengo”, finalizou o dirigente.

*Atualizada às 21h