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Secretário da Fifa admite ter enviado e-mail sugerindo que Qatar "comprou" Copa-2022

Valcke sugeriu que Qatar "comprou" direito de receber Copa-2022; caso de suborno afeta a Fifa - Fabrice Coffrini/AFP
Valcke sugeriu que Qatar "comprou" direito de receber Copa-2022; caso de suborno afeta a Fifa Imagem: Fabrice Coffrini/AFP

Das agências internacionais

Em Zurique (Fifa)

30/05/2011 08h22

O escândalo de corrupção envolvendo a Fifa parece não ter fim. Jérôme Valcke, secretário geral da entidade, admitiu nesta segunda-feira que enviou um e-mail a Jack Warner, presidente da Concacaf e vice-presidente da Fifa, no qual afirmava que o Qatar "havia comprado" a Copa do Mundo-2022.

No domingo, Warner divulgou que Valcke havia lhe enviado um e-mail no qual dizia que o país asiático teria comprado o direito de receber o Mundial em 2022. O vice-presidente da Fifa foi suspenso de todas as atividades ligadas ao futebol por seu suposto envolvimento em um escândalo de corrupção.

Os e-mails trocados por Warner e Valcke se referiam a Mohamed bin Hammam, presidente da Confederação Asiática (AFC) e ex-concorrente à presidência da Fifa. O qatariano desistiu de disputar o cargo com Joseph Blatter (atual presidente da entidade) e também foi suspenso. No entanto, o dirigente já afirmou que irá apresentar um recurso contra as medidas tomadas.

Bin Hammam e Warner foram acusados de participar de um esquema de compra de votos. Suspeita-se que o presidente da AFC teria oferecido 40 mil euros para cada entidade em troca de votos na eleição para a presidência da Fifa. Além deles, dois funcionários da União de Futebol Caribenho (CFU, na sigla em inglês) também teriam participação no suposto esquema.

“Era um e-mail privado e vamos discutir sobre isso”, afirmou Valcke. O secretário geral da Fifa disse que Warner divulgou apenas “partes selecionadas” do texto enviado e negou as acusações feitas tanto pelo presidente da Concacaf como por Bin Hammam de que teria influenciado a comissão de ética da Fifa a se posicionar contra eles.

O Qatar negou qualquer irregularidade na sua candidatura para a Copa do Mundo de 2022. “Nós estamos urgentemente procurando por um esclarecimento da Fifa após as declarações de seu secretário geral. Enquanto isso, estamos tomando conselhos legais para avaliarmos nossas opções”, disse um porta-voz.

Blatter, por sua vez, escapou de sanções da comissão de ética e terá caminho livre para se reeleger mais uma vez à presidência da Fifa. A eleição será realizada nesta quarta-feira.

O grupo também considerou Ricardo Teixeira e outros três dirigentes “limpos” de quaisquer acusações de suborno. O presidente da CBF era suspeito de ter recebido propina em benefício da candidatura da Inglaterra para sediar a Copa do Mundo-2018. A Rússia foi o país escolhido para organizar este Mundial.