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Havelange defende trabalho da Fifa e diz que críticas são motivadas por inveja

O presidente de honra da Fifa enalteceu o trabalho da Fifa - Antonio Scorza/AFP
O presidente de honra da Fifa enalteceu o trabalho da Fifa Imagem: Antonio Scorza/AFP

Das agências internacionais

Em Zurique (Suíça)

31/05/2011 17h11

O presidente de honra da Fifa, João Havelange, afirmou nesta terça-feira que as recentes críticas do mundo do futebol à entidade são motivadas por inveja. “Todo mundo está apontando os erros porque todos querem sentar naquela cadeira”, afirmou o brasileiro em referência as notícias sobre Joseph Blatter, que deve ser reeleito presidente da Fifa na próxima quarta-feira.

ESCÂNDALOS, SUBORNO E CARTAS MARCADAS MANCHAM ELEIÇÃO DA FIFA

Nesta quarta-feira, Joseph Blatter assegurará mais um mandato como presidente da Fifa, como parte de um jogo cujas cartas parecem cada vez mais marcadas. Candidato único ao cargo, o suíço não deve esperar por tranquilidade. A entidade foi assolada nas últimas semanas por uma série de acusações de suborno e uma sucessão de escândalos de compras de votos. (Leia mais)

Depois de receber uma saudação de Blatter na abertura do Congresso da Fifa, Havelange disse que queria falar de coisa boa. “Você está falando sobre sofrimento, mas eu quero falar de felicidade”.

Aos 95 anos, Havelange continua atendendo as funções e enalteceu o trabalho da entidade. “A Fifa tem 208 membros associados e cuida de cada um deles. As competições estão acontecendo, como de costume, há desenvolvimento em todos os aspectos do futebol mundial (financeiro, técnico e termos de disciplina)".

Havelange presidiu a Fifa entre os anos de 1974 e 1998. Depois o brasileiro ajudou na eleição de Blatter, que trabalhou como seu secretário desde 1981 e permanece até hoje no comando da entidade máxima do futebol.

O presidente de honra da entidade é ex-sogro de Ricardo Teixeira, também membro do comitê da Fifa, e acusando pelo Parlamento Britânico de pedir favores para apoiar a candidatura da Inglaterra para receber o Mundial de 2018.

A acusação foi feita por David Triesman, presidente da candidatura britânica, que contou que quando ele se aproximou do brasileiro, o presidente da CBF perguntou; “o que você tem para mim?”. Teixeira negou as acusações e acabou inocentado pela Fifa.

Porém, as últimas denúncias em torno da Fifa fizeram a presidente da Suíça, Micheline Calmy-Rey, afirmar que a entidade que comanda o futebol precisa de uma reforma e não pode perder tempo. As declarações foram dadas na abertura do Congresso da Fifa, que contou com a presença de Blatter e de Jacques Rogge, presidente do Comitê Internacional Olímpico (COI).

“É de extrema importância, porque sua organização deve ser um exemplo não só para os jovens, mas para o mundo em geral.  O importante é restaurar a confiança plena na organização, deixe o dinheiro não estragar seus ideais”, afirmou Rey, que ainda contou que espera ter mulheres presentes no comitê executivo da Fifa em breve.

A presidente terminou o discurso afirmando que a entidade é importante para a Suíça e desejando energias positivas para enfrentar os desafios.

Já Blatter disse que acreditava que estava vivendo um mundo de fair play e respeito, mas não foi isso que observou e que repentinamente começaram a apontar que a famosa pirâmide da Fifa é insegura, quando não existe.

O presidente da Fifa revelou que nesta quarta-feira, antes de abrir o Congresso, irá falar como afastar os perigos do futebol e como usar a modalidade para o bem. “Hoje nós queremos encontrar um ambiente festivo, mas para manter o fascínio do nosso esporte, devemos respeitá-lo, cabe a todos nós. É o nosso jogo, todos nós temos o dever de proteger este esporte e é isso que queremos fazer. Estou certo que conseguiremos”.

Blatter ganhou o apoio do presidente do COI, Jacques Rogge, que lembrou que a entidade passou por problemas parecidos, com as acusações sobre a escolha de Salt Lake City para os Jogos de Inverno.

“Treze anos atrás, nós tivemos que enfrentar o mesmo calvário sobre a Salt Lake City Games. O COI em última análise, no entanto, surgiu uma organização mais forte. Eu não vou apontar o dedo, mas estou certo que a Fifa poderá sair mais forte”, explicou.

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