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Blatter é reeleito presidente da Fifa em meio a escândalos de corrupção

Blatter não teve adversário em eleição marcada por suspeitas de corrupção na Fifa - Patrick B. Kraemer/AP
Blatter não teve adversário em eleição marcada por suspeitas de corrupção na Fifa Imagem: Patrick B. Kraemer/AP

Das agências internacionais

Em Zurique (Suíça)

01/06/2011 13h03

Como já era esperado, Joseph Blatter assegurou mais um mandato de quatro anos como presidente da Fifa. Candidato único ao cargo, o suíço confirmou sua reeleição nesta quarta-feira, durante o 61º Congresso da entidade, realizado em Zurique (Suíça). No total, foram computados 203 votos - 186 deles para Blatter.

  • Michael Probst/AP

    Blatter está na presidência da Fifa desde junho de 1998, quando sucedeu o brasileiro João Havelange

Este será o quarto mandato de Blatter como presidente da Fifa. Das 208 associações nacionais filiadas à Fifa, apenas cinco não votaram. "Agradeço a todos do fundo do coração por sua confiança. Teremos quatro anos para continuarmos nosso caminho e fazer nosso trabalho. Fico feliz por termos sido capazes de restabelecer a solidariedade e a unidade que nos permitem um grande valor e atitude positiva para seguir em frente", afirmou o suíço, logo após a confirmação do resultado.

Blatter falou novamente que a entidade lutará para deixar a imagem negativa, causada pelos recentes escândalos envolvendo a entidade, para trás. "Voltaremos a conduzir o barco da Fifa de forma clara e transparente. Isso vai levar algum tempo, mas conseguiremos. A base da Fifa é sólida. Sinto-me comovido e emocionado. É um novo desafio para mim e eu o aceito", disse.

Com a reeleição, Blatter ficará 17 anos à frente da Fifa. O suíço se tornará o dono do terceiro maior mandato como presidente da entidade, atrás apenas de Jules Rimet (que permaneceu 33 anos no cargo) e João Havelange (24).

Blatter prometeu reformas na Fifa. A primeira mudança será na forma de se escolher as futuras sedes das Copas do Mundo. Por 176 votos a quatro, foi aprovada a proposta apresentada pelo suíço: agora, os 208 filiados à Fifa definirão quem organizará os Mundiais. Antes, o comitê executivo da entidade, formado por 24 membros, era o responsável pela eleição.

Sem concorrência

O dirigente teria Mohammed Bin Hammam como concorrente. No entanto, o presidente da Confederação Asiática (AFC) retirou sua candidatura no fim de semana. O qatariano, suspeito de envolvimento no escândalo de compra de votos na eleição presidencial, foi suspenso de todas as atividades ligadas ao futebol.

Blatter, de 75 anos, ocupa a presidência da Fifa desde 1998, quando sucedeu o brasileiro João Havelange no cargo. Devido aos escândalos de corrupção que vieram à tona recentemente, a Federação Inglesa (FA) pediu o adiamento da eleição desta quarta-feira. No entanto, a proposta foi rejeitada por 172 votos a 18, em uma demonstração de força do suíço.

O Congresso da Fifa foi marcado pelos escândalos que assolaram a entidade nas últimas semanas. O próprio Blatter foi acusado de compra de votos para assegurar sua reeleição. No entanto, o suíço foi inocentado pelo comitê de ética da entidade e teve o caminho livre para se reeleger.

A Fifa também enfrenta acusações de suborno no processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar). Nesta semana, Jack Warner, presidente da Concacaf, divulgou um e-mail que recebeu de Jérôme Valcke, secretário geral da Fifa, sobre o assunto.

No e-mail, Valcke sugeriu que o Qatar teria comprado o direito de organizar o Mundial-2022. O secretário geral da Fifa admitiu ter falado sobre o assunto com Warner, mas disse que tratou do caso “em tom menos formal”. O presidente da Concacaf, assim como Bin Hammam, foi suspenso após ser acusado de participar de um esquema de compra de votos na eleição presidencial da Fifa.