Topo

Lucas abandona passado 'CDF' para defender a seleção brasileira na Copa

Lucas tirava notas altas, não era da "turma do fundão" e era discreto na sala - Caio Guatelli/Folhapress
Lucas tirava notas altas, não era da 'turma do fundão' e era discreto na sala Imagem: Caio Guatelli/Folhapress

Bruno Thadeu

Em Cotia (SP)

07/06/2011 07h00

Lucas mentalizou que será o titular da seleção brasileira na Copa de 2014. As recentes convocações para o time de Mano Menezes reforçam o sonho do meio-campista. Mas para vingar como jogador de futebol, o jovem de 18 anos precisou largar o passado de “CDF”, expressão utilizada para designar o aluno estudioso e bom de notas.

  • Danilo Verpa/Folha Imagem

    Na seleção principal com Neymar, Lucas adiou plano de estudar Educação Física na faculdade

O jogador do São Paulo deve atuar no amistoso da seleção contra a Romênia, nesta terça, no Pacaembu. Segundo atleta mais valioso atualmente do país, Lucas também se destacava no colégio. Para suas ex-professoras, ele é descrito como o “aluno que todas gostariam de ter”. Educado, ele não era adepto da “turma do fundão”, sentava próximo à lousa e tinha médias altas. Mais: falava pouco e estudava muito.

Já para os ex-colegas de classe, Lucas era aquele que “era amigo de todos, mas difícil para passar cola”.

O UOL Esporte conferiu o boletim de Lucas, quando ele estava no 3º colegial da escola Zacarias Antonio da Silva, em Cotia. Notas 10 em Geografia e 9 em Português e Matemática no 4º bimestre.

  • Bruno Thadeu/UOL

    Boletim de Lucas no 3º colegial, em 2009: médias 8 em História, Geografia e Matemática

Foram várias faltas no ano, todas justificadas por compromissos na base do São Paulo. Por essa razão, Lucas acabou derrapando em Química.   

“O Lucas ficava quietinho na sala e às vezes vinha saber por que tinha tirado nota 9, em vez de nota 10. Ele era um menino especial. Não falo isso porque ele é hoje famoso. Isso para mim nem importa. Falo que o Lucas era especial porque era um menino extremamente educado, humilde e que estudava muito”, orgulha-se sua ex-professora de Língua Portuguesa, Iara Silvia Caldeira.

  • Bruno Thadeu/UOL

    Professora de Língua Portuguesa, Iara Silvia diz que Lucas primava pelo interesse nos estudos.

    'Ele veio com os pais votar aqui na escola, já famoso, e ainda me perguntou seu eu lembrava dele. Muito simples. O Lucas foi um aluno especial', relembra

Nos três anos como aluno da escola estadual de Cotia, Lucas ainda não era uma estrela, mas já atuava na base do São Paulo. Geralmente um aluno das categorias de base do clube chama a atenção das meninas do colégio, conta a professora de Biologia, Kátia de Mello. Lucas destoava desse perfil.

“Ele era muito reservado. Sempre foi na dele. Não tinha namorada no colégio. Ele não usava o fato de ser do São Paulo para chamar a atenção das meninas. Queria estudar, até porque se não desse certo no futebol, ele dizia que queria ter estudo”, disse Kátia.

O meio-campista Casemiro não foi colega de classe de Lucas, mas diz que o companheiro de time tinha fama de CDF na escola. Atualmente na base do São Paulo, o lateral Felipe endossa o comentário de Casemiro.  

“O Lucas era ‘CDF’ mesmo. Tirava nota 10, nota 9 direto. Mas ele era difícil de passar cola. Ele acabava a prova rapidinho e só de vez em quando dava uma ajuda para gente”, relembra Felipe.

Reforço escolar no São Paulo

Todos os atletas da base do São Paulo são matriculados em escolas próximas ao CT de Cotia. O clube repreende jogadores que tiram notas baixas. Na maioria dos casos, atletas com notas vermelhas são suspensos de jogos. Garotos das categorias inferiores do clube também têm aulas de inglês no CT de Cotia.