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Com tecnologia como 'desculpa', uniformes começam a valorizar corpos masculinos

Eto"o (e), Kleber (c) e Podolski e as camisas justas, nova moda do futebol - Arte UOL
Eto'o (e), Kleber (c) e Podolski e as camisas justas, nova moda do futebol Imagem: Arte UOL

Paula Almeida

Em São Paulo

08/06/2011 07h01

Se há muito tempo entidades esportivas e patrocinadores têm tentado valorizar os corpos femininos com modelos mais ousados, parece que agora chegou a vez de os homens também ganharem roupas mais modernas e sensuais. O uso de tecnologias recentes têm dado nova cara aos uniformes masculinos, e os atletas começam a se adaptar às novidades.

TECNOLOGIA A SERVIÇO DO ESPORTE

  • Divulgação

    Detalhe das costas da nova camisa do Palmeiras, com faixas de poliuretano, que pressionam os músculos e devolvem energia ao corpo

  • Georges Gobet/AFP Photo

    No atletismo, as roupas justas, que apareceram pela primeira vez na Olimpíada de 1996, ajudam velocistas como Tyson Gay (f) a reduzir o atrito

  • FIVB/Divulgação

    No vôlei, as regatas ajudam a diminuir a transpiração e ainda modelam os músculos dos membros superiores de atletas como Giba

A grande vedete da vez são as roupas justinhas, todas, porém, com suas razões de desempenho e performance. Na semana passada, o lançamento das novas camisas do Palmeiras chamou atenção pelo modelo justíssimo que Kleber e Marcos Assunção usaram.

A princípio, os atletas ficaram tímidos com o modelo desenvolvido pela empresa patrocinadora, a Adidas. No final de semana, porém, eles e os outros 11 jogadores de linha do time alviverde que entraram em campo na vitória por 1 a 0 contra o Atlético-PR optaram por utilizar a camisa TechFit, mesmo tendo a opção de usar o modelo ForMotion, com as medidas mais largas.

“É uma curva natural da mudança. Num primeiro momento, eles acham até estranho uma camisa apertada de clube, já que normalmente a camisa de futebol é larga. Existe um pouco de estranhamento, mas quando eles começam a jogar, veem que melhora o desempenho”, avaliou o gerente de comunicação da Adidas, PauloZiliotto, em entrevista ao UOL Esporte.

Segundo ele, a performance é o quesito mais importante na confecção dos produtos, mas a estética também é levada em conta. “A gente procura uma camisa que funcione em primeiro lugar, mas também que seja agradável, existe sim uma situação de design”.

A ‘desculpa’ tecnológica do modelo bem sucedido da Adidas é o aumento da potência e da resistência do atleta com o uso de um tecido que comprima os músculos e de faixas de poliuretano.

A Puma tem tecnologia semelhante, e as camisas justinhas das duas empresas rivais estrearam na última Copa do Mundo. Na ocasião, as seleções africanas foram as que mais aderiram aos modelos, mas jogadores famosos de outras equipes como o francês Anelka, o alemão Podolski, o argentino Higuaín e o italiano Cannavaro.

O único problema é que as camisas agarradas têm uma armadilha: revelam quem está e quem não está com o físico em ordem. “Sorte que eu estou em forma e não tenho uns quilinhos a mais, porque senão fica sobrando e aparece”, brincou o palmeirense Marcos Assunção.

Outros esportes

Mas o futebol não é o único esporte em que os uniformes masculinos estão mais modernos. Pelo contrário, modalidades como atletismo e vôlei vieram antes nesse quesito. Os atletas velocistas, porém, para diminuir o atrito com o ar, já usavam roupas justas desde a Olimpíada de Atlanta-1996, com evoluções nos anos seguintes.

Já a seleção masculina de vôlei inovou ao adotar as camisas sem mangas na Liga Mundial 2005. Desde então, as roupas da equipe que virou sinônimo de conquistas na Era Bernardinho serviram de exemplo para os uniformes dos rivais e foram ficando mais leves e mais justas, valorizando os ombros, o peitoral e os músculos das costas.