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Orientadores trabalham 'na raça' e organização dá jeitinho contra pontos cegos

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Thales Calipo

Em São Paulo

08/06/2011 07h05

Antes mesmo do amistoso contra a Romênia, a CBF tentou se eximir de quaisquer problemas na organização, já que os dois jogos que a seleção brasileira realizou no país, nos últimos dias, tiveram um caráter experimental para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. No entanto, dentre a lista de tópicos testados, um dos grandes pontos negativos foi em relação aos “orientadores de luxo”, que trajados com uma camisa verde, tinham a tarefa de indicar o local dos assentos em uma parte do estádio.

PROBLEMAS EM BRASIL X ROMÊNIA

  • Thales Calipo/UOL Esporte

    Sem preparo, orientadores de público muitas vezes não conseguiram ajudar os torcedores

  • Montagem de espaço para imprensa criou pontos cegos, mas organização premiou os "azarados"

O UOL Esporte conversou com algumas dessas pessoas, que estavam trabalhando no setor especial laranja – todo com cadeiras -, e a opinião deles foi a mesma.

“Nós trabalhamos aqui na raça, mesmo. Nós não tivemos nenhum tipo de treinamento ou preparo”, informou um deles, enquanto tentava “adivinhar” o local em que um torcedor deveria sentar.

Os cerca de 200 “orientadores de luxo” que trabalharam no amistoso entre Brasil e Romênia ganharam cerca de R$ 50 e são de responsabilidade da Federação Paulista de Futebol. A entidade, por sinal, iniciou neste ano, em alguns estádios, como o Pacaembu, esse tipo de serviço, seguindo assim um dos padrões Fifa.

Sem treinamento, no entanto, os “orientadores” quase nada podiam fazer. Em caso de dúvida, e não foram poucas constatadas pela reportagem, era solicitada a ajuda de outra pessoa, também da equipe, mas que estava portando um tablet com um mapa dos assentos.

Organizadora dos amistosos, a empresa Klefer contratou 700 seguranças particulares, que eram identificados com a cor laranja e foram responsáveis por manter a ordem dentro do estádio. Os “stewards”, como são chamados esses profissionais, acabaram ainda fazendo as vezes de orientadores, mas também sem muito sucesso.

Se achar o local indicado no ingresso não foi tão simples, alguns torcedores acabaram lucrando por conta de uma deficiência no estádio. No setor especial laranja, a organização instalou uma grande área para acomodar a imprensa. O problema, no entanto, é que a estrutura resultou em diversos pontos cegos. Para evitar contratempos, os donos desses tíquetes foram acomodados no espaço VIP.

Outro aspecto colocado à prova pela CBF foi o serviço oferecido à imprensa. A área criada especialmente para a partida comportou todos os profissionais, o serviço de internet sem fio (uma das deficiências do Pacaembu) também funcionou bem, mas a saída dos repórteres, pelo meio da arquibancada, acabou não sendo, exatamente, como a Fifa anseia ver daqui a três anos, na Copa do Mundo.