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Filha de Júnior se aventura na moda e analisa estilos 'capacete' e comentarista do pai

Carol Gama (dir), filha de Júnior, entrevista modelo Stéphannie Oliveira, filha de Bebeto - Divulgação
Carol Gama (dir), filha de Júnior, entrevista modelo Stéphannie Oliveira, filha de Bebeto Imagem: Divulgação

Bruno Freitas

Em São Paulo

16/06/2011 07h01

O ex-lateral Júnior não chega a ser um ícone da moda, mas seu visual de jogador do começo dos anos 80 é uma espécie de emblema de uma época, graças aos trajes mais apertados e, principalmente, ao estilo de cabelo que lhe rendeu o apelido de "Capacete". Hoje em dia, o ídolo do Flamengo atua do outro lado, como comentarista da Globo, se expondo na TV sempre em roupas bem cortadas, seja as oficiais da emissora ou não.

As duas versões contrastantes estão na vanguarda de seu respectivo tempo, diz Carol Gama, filha de Júnior e estilista novata, que vem se tornando popular em seu segmento graças ao trabalho no blog caCOOL.

FILHA FALA DAS VERSÕES 'CAPACETE' E COMENTARISTA DO PAI

ÍCONE DOS 80's: "A ideia dessa linha retrô era essa, fazer um modelo de blusa para transmitir um conceito de uma época, um vínculo com clube (como Júnior representava)"MUITO BEM ALINHADO: "Ele se vira muito bem, morou alguns anos na Itália, tem essa estética na cabeça. A cultura italiana também está muito presente na minha mãe"

Ao contrário da relação de Dunga com sua filha estilista, exposta através de roupas extravagantes na passagem do técnico gaúcho pela seleção, Carol afirma que o pai já tem a cabeça feita para moda, que não precisa de orientações e que merece elogios pelas suas escolhas fora dos campos.  

"Ele não me pede muita opinião, mas dou os meus toques. Ele se vira muito bem, morou alguns anos na Itália, tem essa estética na cabeça. A cultura italiana também está muito presente na minha mãe", diz Carol Gama.

A estilista de 21 anos teve a oportunidade de se inspirar no próprio pai para a realização de um trabalho profissional recente. Carol Gama foi convidada para desenhar um vestido de uma linha retrô que homenageava o Flamengo e mais especificamente Júnior.

"Fiz um trabalho para a [grife] Estilo Carioca, numa linha em homenagem ao meu pai. Foi um vestido feminino, algo para poder ir em estádio com uma roupa legal, sem cara de uniforme. Remete ao título de 92, do meu pai, do tetra", conta.

"A ideia dessa linha retrô era essa, fazer um modelo de blusa para transmitir um conceito de uma época, um vínculo com um clube [como Júnior representava]. Quando as vendas estouraram, a instituição Flamengo não estava bem. Por isso era interessante remeter àquela época do meu pai", emenda.

Formada em design de moda no fim de 2010, a carioca Carol apostou em um blog que mescla opinião com informação para cavar oportunidades em um mercado dos mais agitados, mas ainda pouco receptivo aos iniciantes.

INSPIRAÇÂO NO PAI

  • Divulgação

    Imagem de reprodução do vestido desenhado por Carol Gama para linha retrô em homenagem ao Flamengo campeão brasileiro de 1992

"Ideia do blog foi justamente por isso, porque o mercado está muito complicado para quem ainda não é do meio. Tinha acabado de me formar, em dezembro de 2010, fiz uma viagem, pesquisei bastante coisa fora e precisava de alguma forma para diluir isso. Um espaço para me divulgar, simultaneamente. Tratar a moda numa visão mais abrangente, falando de mercado", diz a filha de Júnior.

Carol diz que o pai atua como um dos principais incentivadores em seu início de carreira. O comentarista da Globo divulgou o trabalho da filha para amigos e intercedeu para que ela cobrisse o Fashion Rio para seu blog pessoal, credenciada como jornalista.

Em outro trabalho recente para o blog, Carol realizou uma entrevista com a modelo Stéphannie Oliveira, filha do ex-jogador Bebeto, outro ídolo histórico do Flamengo.

Depois de estrear na moda do esporte com o trabalho em homenagem ao pai, a filha de Júnior diz acreditar que o futebol possa oferecer muito mais possibilidades para a estética das ruas do que as que são exploradas atualmente.

"Eu acho muito óbvia [a moda dos estádios], pelo menos no Rio. Pelo público, que é muito popular, as roupas ficam restritas aquilo. E os uniformes são muito caros também. O esporte em geral, como hipismo e tênis, influencia no mundo da moda. E o futebol não tem muito isso aqui no Brasil, mesmo sendo o mais popular do país", comenta a estilista.

DUNGA USOU ROUPAS DA FILHA E FOI CRITICADO

  • EFE/AP

    No comando da seleção, técnico Dunga exibiu modelos deselvolvidos pela filha estilista