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Tevez é excluído de filme do Corinthians por conta de possível retorno

Roberto Pereira de Souza

Em São Paulo

12/07/2011 10h52

O Corinthians lançou, nesta terça-feira, um filme sobre seus quatro títulos brasileiros, tendo como base ídolos de cada uma das conquistas: Neto (1990), Dinei (1998), Marcelinho Carioca (1999) e Betão (2005). Grande craque da última taça, Carlitos Tevez não foi um dos personagens principais por não se tratar de um herói do passado, e sim de um “jogador do futuro”.

A definição foi dada por Luis Paulo Rosemberg, diretor de marketing do Corinthians e um dos homens à frente da negociação do possível retorno do argentino. O cartola compareceu ao lançamento, que aconteceu nesta terça, em São Paulo, e aumentou as esperanças da torcida.

“A ideia do filme era tratar do passado do Corinthians. E o Tevez é um jogador do futuro”, disse Rosemberg, reforçando a tese de que o atacante pode voltar.

Questionado sobre os detalhes da possível contratação de Tevez, Rosemberg se mostrou animado, mas não deu detalhes. “Ainda não está fechado, mas o presidente e o departamento de marketing sabem o quanto ele pode valer em termos de marketing. Quando ele entrar em campo vai eletrificar o estádio”, disse o dirigente.

Emoção e lágrimas

O filme   "4xTimão" estreou no cinema e permaneceu em cartaz por apenas uma semana. Ontem, a produtora reforçou a tese de que o material coletado é mais adequado ao DVD, que estará nas lojas no próximo dia 3 de agosto. O filme  relata os quatro títulos brasileiros contados a partir das histórias dos ídolos de cada ano. A produção é uma parceria do Corinthians com a Fox Home e a produtora Canal Azul e foi dirigida por Di Moretti, um corintiano que costumava ver os jogos ao lado pai.

"O filme humaniza o esporte. A ideia de reforçcar esses laços dos jogadores com seus pais, exceto na vida de Dinei, surgiu durante a montagem. Eu me emocionei durante a edição e me emociono agora, porque meu pai me mostrou o que é ser corintiano", disse Di Moretti.

O diretor concordou com a definição de seu trabalho à frente da produção:

"É um filme feito por corintiano para os corintianos. Aceito isso, sem problema. Mas se um torcedor adversário não for muito fanático, como o Marcelinho que não pronuncia o nome do Palmeiras (ele se refere ao clube como os "arquiinimigos ou nossos grandes rivais"), ele também vai se emocionar com um pouco da história desses grandes jogadores", averte Di Moretti.

O filme recebeu patrocínio da  Agência Nacional de Cinema no valor de R$ 1.600.000,00. A ´produção recebeu também benefícios fiscais do governo do Estado de São Paulo (ProAc).

Embora não possa ser elogiado pela qualidade das imagens analógicas reformatadas para DVD, o filme traz emoção máxima na fala de Marcelinho, quando revisita a casa onde cresceu, em Sulacap, Rio de Janeiro. O jogador entra pelo corredor e avançca pela sala.

"Cada azulejo desse era um pastel, um salgadinho vendido na praia, junto com meu pai. O piso está igualzinho', emociona-se Marcelinho. "Olha o quarto, aqui ficava uma triliche, meu irmão mais novo em cima, o do meio aqui e eu, aqui em baixo", aponta o jogador para uma estante branca, agora mobília dos novos moradores.

Marcelinho visita o padeiro que lhe deu emprego como ajudante da Kombi e vai até a casa do Zeca da Pensão, homem que o viu jogar na Sulacap. "Quando vi ele tocar duas vezes na "menina", falei: esse conhece bola", recorda-se Zeca, em seu depoimento.

Mas a chamada curva dramática do módulo Marcelinho, o segundo do filme, veio na escolinha do Madureira.

"Meu pai veio aqui e o pai dele o tirou do treino. Meu pai foi para o Fluminense e meu avô fez a mesma coisa: matou o sonho do meu velho e eu acabei vivendo o sonho dele", falou de costas, rosto rente à tela, escondendo as lágrimas.

Quando se sentou na arquibancada a emoção voltou mais forte e definitiva. A câmera o enquadra de lado: "Queria que minha mãe estivesse viva para ver o que eu me tornei. Foi tanto preconceito enfrentado, mas eu tinha dentro de mim a força de que eu venceria no futebol. Cara, passa um filme dentro da minha cabeça, meu Deus!", falou o ex-jogador entre soluços.

Neto também fala do risco da fama: "Eu tenho medo de pirar com isso tudo. Sei, agora, porque artistas ficam loucos. Fama, emoção, temos de tomar cuidado, sim."

Dinei o jogador que entrava nos últimos minutos para virar decisões também é retratado como recuperado do vício da drogas. "Fiquei oito meses suspenso. Usava tudo. Meu exemplo de drogas não de ve ser seguido, mas eu venci. Entenderam que eu precisava de ajuda. Fui ajudado, me internei e estou limpo", disse Dinei em depoimento gravado.

Betão aparece como o volante raçudo de 2005, jogando ao lado de estrelas como Mascherano e Carlito Tevez. No filme ele fala das diferençcas que havia entre os jogadores milionários e os outros vindos da escolinha do "terrão". "Tinha muita briga entre Marcelinho, Tevez, Macherano"

 

Assista ao trailer do documentário: