Entidade de clubes europeus critica Blatter e ameaça fazer "revolução" contra Fifa

O ex-jogador alemão Karl-Heinz Rummenigge, hoje chefe-executivo do Bayern de Munique, falou duramente contra o atual momento político do futebol. Em entrevista ao jornal inglês Guardian, o cartola, que preside a Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês), criticou Joseph Blatter e prometeu uma ação coordenada dos clubes no combate à corrupção.

“Eu não aceito mais que a gente tenha de ser guiado por pessoas que não são sérias e limpas. Agora é o momento de intervirmos. Se sabemos que algo está errado, temos a obrigação de mudar”, disse Rummenigge, que falou em um “processo diário de corrupção” na Fifa.

A ECA hoje reúne todos os principais clubes europeus, e quer maior participação das agremiações nas decisões do futebol. Rummenigge falou em uma insatisfação geral com o andamento da política futebolística, mas em especial em países como Alemanha, Suíça e Inglaterra.

“Blatter diz que está [batalhando contra a corrupção], mas o fato de que ninguém acredita nele diz o que você precisa saber. Eu não estou otimista porque eles acreditam que o sistema está perfeito do jeito que está. É uma máquina de dinheiro, Copa após Copa. E para eles, isso é mais importante que uma governança séria e limpa”, disse Rummenigge.

A manifestação do ex-jogador, ídolo do Bayern e da seleção alemã, aumenta a pressão sobre Joseph Blatter e a Fifa como um todo. Na semana passada, o qatariano Mohammed bin Hammam foi banido do futebol por ter tentado subornar dirigentes caribenhos na última eleição presidencial.

Jack Warner, de Trinidad e Tobago, que participou do esquema de Bin Hammam, havia feito o acordo pouco antes para deixar a entidade e ser inocentado. Blatter, que é acusado de receber propinas da ISL e acobertar escândalos de corrupção, segue no comando da entidade sem ser importunado.

A promessa de Rummenigge é que a ECA tome uma atitude em breve. Antes, a Fifa teria uma nova oportunidade de fazer uma limpeza por conta própria. “Eu vou dar a eles uma chance, mas eu estou pronto para uma revolução, que é o único jeito de chegarmos a uma solução”, disse o ex-jogador.