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Família de jovem morta rebate versão de jogador da Lusa sobre suicídio

Bruno Freitas

Em São Paulo

01/08/2011 14h01

A família da jovem Flávia Anay de Lima, morta aos 16 anos ao cair da sacada de um prédio em São Paulo na madrugada desta segunda-feira, refuta a hipótese de suicídio alegada por Rafael Silva, jogador da Portuguesa, que se envolveu com sua namorada adolescente no incidente.

A polícia investiga a versão do atacante de 20 anos, que alega que Flavia se jogou da sacada do apartamento do 15º andar em um prédio na Vila Carrão, Zona Leste de São Paulo. A jovem teria decidido saltar após uma briga com Rafael, com quem morava junto no local havia seis meses.

“Eu não acredito que ela tenha feito isso. Ela nunca faria isso em sã consciência, não teria coragem de se jogar”, disse Larissa Kisy, tia de Flávia, em contato com a reportagem do UOL Esporte.

Durante a madrugada, no entanto, em entrevista à reportagem da TV Bandeirantes, o pai da jovem disse que não queria acusar ninguém, pois não tinha certeza do que aconteceu.

De acordo com a tia de Flávia, a briga do casal começou quando a jovem chegou em casa na noite de domingo e soube que o namorado estava em um bar no Tatuapé. A adolescente então partiu para o local, onde discutiu com Rafael e danificou o espelho retrovisor do carro do atleta, usando um sapato de salto alto.

Larrisa Kisy disse ter recebido telefonema às 5h30 da manhã com a informação da morte de Flávia. No 10º DP, a tia da adolescente foi a única integrante da família que conseguiu conversar com Rafael.

“Ele disse que impediu que ela se jogasse da janela do quarto. Depois ela teria corrido para a sala e se jogado”, relata a tia de Flávia.

Ainda segundo a familiar da jovem, o casal teria ido à mesma delegacia há cerca de 20 dias, em razão de uma suposta agressão de Rafael. No entanto, na oportunidade Flavia teria voltado atrás na decisão de registrar boletim de ocorrência após uma conversa com o namorado e com parentes.

“Eles brigavam de vez em quando. Ela não gostava quando ele bebia. Ele não gostava de cerveja, só tomava uísque, bebida quente”, diz Larissa Kisy. “A gente tinha acolhido ele como uma pessoa da família. Não queremos acusar, mas agora não sabemos o que pensar”, conclui.

A polícia paulistana abriu inquérito para apurar as causas da morte de Flávia, realizará perícia no local do incidente e promete uma posição em até 30 dias. A Portuguesa por enquanto não se pronuncia a respeito do caso, mas deve ceder sua estrutura jurídica para auxiliar o atacante.