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Ex-lateral Vitor recorda briga com Tonhão e diz ter ido ao Real Madrid em fase errada

Vitor e Tonhão em confusão iniciada por Edmundo. Os três viraram amigos - Arquivo/ Folha Imagem
Vitor e Tonhão em confusão iniciada por Edmundo. Os três viraram amigos Imagem: Arquivo/ Folha Imagem

Bruno Thadeu

Em São Paulo

22/08/2011 07h00

Vitor pode bater no peito e dizer: “eu sou o cara”. Seus feitos no futebol são de dar inveja a vários craques, mesmo não tendo sido um. O ex-lateral teve passagem pelo Real Madrid e por vários clubes grandes nacionais, é o brasileiro com mais títulos de Libertadores (tetracampeão) e deixou o então badalado Cafu no banco de reservas, no São Paulo.

MOMENTOS DE VITOR NO FUTEBOL

  • Arquivo/Folha de S. Paulo

    Com Marcelinho na festa do estadual de 1995. Vitor também ganhou a Copa do Brasil no Corinthians

  • Folhapress

    Vitor atuou no Juventus no fim de carreira, em 2005. Ele hoje dá aulas de futebol em Mogi Guaçu

  • AP

    Na derrota do Cruzeiro contra o Borussia pelo Mundial Interclubes de 1997. Vitor tem 4 títulos de Libertadores (Cruzeiro, Vasco e duas com o SP)

No currículo também consta um embate com o zagueiro “peso pesado” Tonhão, no dia em que Vitor tentou pegar Edmundo na porrada.

O episódio ocorreu no clássico São Paulo x Palmeiras, 30 de outubro de 1994, 2 a 2, no Morumbi. Edmundo deu um soco em André Luís, desencadeando uma pancadaria na lateral. Revoltado, Vitor saiu em direção do Animal, mas foi contido por Tonhão, que revidou o soco com um chute.

Dezessete anos depois, Vitor conta que a história da briga acaba em risadas quando encontra Edmundo e Tonhão, companheiros de showbol.

“Eu ia pegar o Edmundo para dar uma voadora. O Tonhão apareceu. Foi uma grande confusão. Graças a Deus não foi nada de mais. Tenho grande amizade pelo Edmundo e Tonhão. Aquilo foi coisa de momento”, diz Vitor.

Em contato com o UOL Esporte, Vitor mantém o discurso sereno dos tempos de jogador. Ele relembra a frustrada passagem pelo Real Madrid, comenta a fama de “papa títulos” e exalta o técnico Telê Santana, com quem trabalhou no São Paulo.

Vitor atualmente dá aulas de futebol para crianças e adolescentes em sua chácara em Mogi Guaçu, promovendo intercâmbios com garotos de times japoneses.

Esquecido no Real

Contratado como “plano B” do clube espanhol (que tinha como intenção acertar com Cafu, em 1993), Vitor reconhece que sua passagem pelo Santiago Bernabéu foi fraca.

O Real queria Cafu, mas não conseguiu. Para não ficar sem lateral-direito, o time de Madri trouxe Vitor. O ex-jogador acredita que chegou ao clube espanhol no momento errado.

“Eu estava muito bem no São Paulo e fui para o Real por volta de junho de 1993. Cheguei lá no início da temporada deles. Me colocaram para fazer só treino físico. Mas eu já estava voando. Me prejudicou. Eu entendo que foi o momento errado de ir para o Real. O Cerezo tinha até me aconselhado: ‘Fica até o fim do ano no São Paulo e vai para o Real só depois’. Mas não me arrependo. Foi muito positivo para mim”, comentou.

O periódico AS fez uma eleição das 10 piores contratações do Real da história. Vitor ficou em quinto. O lateral frances Faubert, que passou pelo Real em 2009, foi o escolhido o pior do clube de todos os tempos.

POUCOS JOGOS E ESQUECIDO PELOS MÉDICOS DO REAL MADRID

  • Reprodução

    Tratamento físico no Real foi péssimo, diz Vitor. Periódico As elegeu lateral entre os piores da história

“Fiz poucos jogos, sofri lesão e praticamente não teve ninguém para me tratar. Me recordo de fazer sozinho exercício de recuperação na academia sem nenhum médico do clube por perto”, complementou.

"Papa-Libertadores"

De volta ao país após rápido período na Espanha, Vitor retomou a fama de “pé-quente”. Foi campeão paulista e da Copa do Brasil com o Corinthians, ganhando títulos da Libertadores com o Cruzeiro e Vasco, entre outras conquistas.

“Não tem um segredo para ganhar tantos títulos. Eu trabalhei muito, nunca deixei de treinar e sempre acreditei em mim. Fui premiado por tudo que fiz”.

Vitor trata Telê como um pai. “Eu me recordo quando o Telê deixou o Cafu no banco e me deixou no time titular. A torcida me pressionando, e o Telê não me tirou. Eu estava num grande momento no São Paulo. E eu não estava de titular à toa. Era o Telê quem era o técnico”.