Parceiro de Gamarra no Corinthians de 1999, Nenê lembra corte no Mundial: "foi sacanagem"
"O que fizeram ali foi uma sacanagem. Até hoje gostaria de saber o que aconteceu". Essa é a recordação que o zagueiro Nenê tem do auge da sua carreira, quando se sagrou campeão brasileiro em 1999 pelo Corinthians. No ano seguinte, porém, acabou cortado da lista de inscritos para o Mundial da Fifa de 2000, disputado no Brasil e vencido pela equipe de Parque São Jorge.
Questionado sobre o seu melhor momento no futebol, o paulistano de 36 anos, que não encerrou a carreira e deve disputar a quarta divisão do Campeonato Paulista pelo União Mogi, da cidade de Mogi das Cruzes, respondeu: “Sem dúvida foi o Corinthians. Eu estava bem, e o time era bom pra caramba”.
Ele teve o paraguaio Gamarra como parceiro de zaga no título paulista daquele ano. “Foi o melhor zagueiro com que joguei, lógico.”
Em janeiro de 2000, entretanto, Nenê ficou fora do Mundial de clubes. A diretoria contratou Fábio Luciano e Adilson (hoje o técnico Adilson Batista) e o preteriu. Gamarra já tinha sido negociado para o futebol europeu.
“Foi uma sacanagem. Eu vinha jogando, fiz uma campanha boa em 99, e estaria no Mundial. Só que aí me cortaram, falaram que tinham que levar três goleiros. Chamaram para eu ir ao quarto de algum diretor, nem lembro quem, e me comunicaram. O Rincón, o Marcelinho Carioca, o Edílson e o Vampeta me ligaram, falaram para eu voltar ao hotel, mas aí não dava mais. Já tinham enviado o papel para a Fifa”, recorda.
Segundo Nenê, o técnico Oswaldo de Oliveira não o defendeu. “Faltou coragem a ele para me segurar. Na hora que surgiu o assunto, faltou o palpite dele, mas ele só lamentou.”
O episódio fez com que o zagueiro se transferisse para o Grêmio, onde foi campeão gaúcho em 2000 e da Copa do Brasil em 2001.
“Eu ainda tinha dois anos de contrato com o Corinthians, mas, depois do que aconteceu, me invoquei, fiquei chateado, não tinha mais clima. Aí surgiu o Grêmio, com uma condição boa.”
Depois da passagem pelo Sul do país, Nenê atuou pelo Hertha Berlim, da Alemanha, no Urawa Red Diamonds, do Japão, e rodou pelo Brasil, onde defendeu o Vitória, o Coritiba, o Juventude e times menores.
Recentemente, atuou pelo Grêmio Osasco, ao lado do ex-corintiano Rogério e comandado por Vampeta. Ele admite que é difícil largar o futebol e em breve pode ser anunciado como reforço do União Mogi, para a quarta divisão do Estadual.
“Estamos conversando, está encaminhado, mas nada 100%. Mostraram o projeto, eu vi, me interessei, mas sabendo que será um grande desafio”
“Convivi a vida toda com o futebol, você não tem experiência em outra área, não sabe fazer outra coisa. No período que teve condição de jogar, tem que saber guardar dinheiro. Eu fiz isso. Quando parar, sentir que não dá mais, quero permanecer no meio, trabalhar com a molecada, indicar garotos”, finalizou o jogador.




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