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Diretor e piloto de corrida, Adalberto vira 'braço-direito' de Juvenal e gera ciúmes

Adalberto (esq) ganhou a confiança de Juvenal Juvêncio e gerou ciúmes no São Paulo - Divulgação/São Paulo FC
Adalberto (esq) ganhou a confiança de Juvenal Juvêncio e gerou ciúmes no São Paulo Imagem: Divulgação/São Paulo FC

Renan Prates

Em São Paulo *

31/08/2011 07h00

Você deixaria de lado o comando de um dos maiores laboratórios farmacêuticos do país para se dedicar ao seu time de coração? Adalberto Baptista não só fez isso como tem conquistado cada vez mais espaço no São Paulo. Piloto de corrida nas horas vagas, ele ganhou a confiança do presidente Juvenal Juvêncio e até gerou ciúmes na cúpula são-paulina.

APAIXONADO PELO AUTOMOBILISMO

  • Nuno Antunes/Divulgação

    Quando não está trabalhando no São Paulo, Adalberto dedica o seu tempo para outra paixão: correr na Fórmula Porsche GT3. Ele participa há três anos do campeonato, mas obteve resultados regulares: o maior feito foi ficar no pódio, em quinto.

    “Tenho sonho desde criança de ter sido corredor. São duas grandes paixões na minha vida: o automobilismo e o futebol. Depois que me afastei das empresas pude me dedicar num primeiro momento mais ao São Paulo, e num segundo momento dedicar parte do meu tempo a esse hobby”, explicou o diretor de futebol são-paulino.

Um dos donos dos Laboratórios Ache, Adalberto se projetou nas diversas ações que realizou quando era diretor de marketing, mas chamou a atenção de Juvenal quando executou com êxito a tarefa de trazer de volta para o São Paulo o atacante Luis Fabiano, ídolo histórico do clube.

Mas nem só de elogios ficou marcada a 'missão Luis Fabiano'. Segundo já divulgou o Blog do Perrone, Adalberto foi alvo de críticas por ter mantido o jogador por três semanas em um hotel de Sevilla (Espanha), recuperando-se lá ao invés de trazê-lo para o Reffis, e por ter levado o Fabuloso para acompanhá-lo em uma corrida de carros em Portugal com ele ainda lesionado.

A tarefa bem cumprida de Adalberto na Espanha foi um dos motivos que fez Juvenal mexer na estrutura do futebol do São Paulo, dando a ele a diretoria da pasta. João Paulo de Jesus Lopes virou vice-presidente do setor, enquanto Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, se tornou vice geral.

As mudanças deram poder ao novo dirigente, que apesar de não admitir, ultrapassou alguns 'medalhões', como o próprio Leco, na briga para suceder Juvenal e gerou ciúmes nos bastidores do clube.

Como diretor de futebol, Adalberto enfrentou dois períodos turbulentos, ambos superados: o que culminou na saída do técnico Paulo César Carpegiani e a ameaça de ‘debandada’ das revelações do sub-20 do São Paulo, Casemiro e Henrique. 

 

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O dirigente disse já ter estabelecido uma estratégia para evitar que as crises se propaguem no São Paulo. “A ideia é tentar resolver os problemas com a maior brevidade possível. Às vezes, coisas muito pequenas se transformam em grandes proporções sem ter necessidade para isso”, explicou ao UOL Esporte.

Outra característica que Adalberto imprimiu no São Paulo foi tentar estabelecer um plano de carreira aos atletas na renovação, fato que gerou elogios de empresários ligados aos jogadores do clube. “Se o Adalberto estivesse à frente do assunto antes, seria muito melhor”, declarou recentemente Marcos Malaquias, agente do atacante Dagoberto.

“Deve ter uns que elogiam, outros que criticam. Mas eu quero fazer tudo da forma mais célere e transparente possível”, falou Adalberto. “No futebol ainda sou novo, não sei como era a relação com os jogadores, mas tentei imprimir a mesma forma de trabalho dos meus outros negócios”.

* Colaborou Ricardo Perrone