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Diretor do Corinthians defende volta do mata-mata: "é mais rentável e democrático"

"Quem tem que ter a iniciativa é o Corinthians. É uma bandeira nitidamente nossa", diz Rosenberg, sobre campanha pela volta do mata-mata - Renan Prates/UOL
"Quem tem que ter a iniciativa é o Corinthians. É uma bandeira nitidamente nossa", diz Rosenberg, sobre campanha pela volta do mata-mata Imagem: Renan Prates/UOL

Carlos Padeiro e Ricardo Perrone

Em São Paulo

13/09/2011 07h00

“Como economista, eu não sei como se discute isso. Está tão provado que mata-mata é muito mais rentável e democrático do que pontos corridos”. A opinião é do diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, economista renomado no mercado e nome forte na gestão do presidente Andrés Sanchez (responsável pelo projeto de construção do estádio em Itaquera).

Segundo Rosenberg, o clube de Parque São Jorge deveria assumir a dianteira na campanha pela volta do mata-mata, forma de disputa que foi descartada desde 2003 no Brasileirão.

“Uma modalidade adotada por todos os esportes americanos não pode ser economicamente errada, mas esse é um assunto que você não consegue discutir aqui [no Brasil]. Não é um assunto que empolga os clubes, e quem tem que ter a iniciativa é o Corinthians, é uma bandeira nitidamente nossa”, declarou o cartola, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

“Quem é do bem é a favor dos pontos corridos, quem é do mal é a favor do mata-mata. Essa dicotomia é a coisa mais absurda do mundo”, acrescentou.


Ao ser questionado se a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão do certame nacional, poderia ser contrária à volta ao sistema de partidas eliminatórias na fase final, Rosenberg respondeu: “A Globo quer ativar as receitas dela. É óbvio que o valor do patrocínio no mata-mata é muito maior. O Corinthians vai ganhar muito mais dinheiro da Globo se for mata-mata do que nos pontos corridos.”

Na opinião do diretor de marketing do time paulista, a criação de uma liga para defender os interesses dos clubes poderia contribuir para a mudança no regulamento do Brasileiro.

“A liga é quase um desdobramento natural porque, apesar de tudo isso que falam do Ricardo Teixeira, a verdade é que a CBF tem uma postura liberal em relação aos clubes muito maior que as federações estaduais. A intervenção da CBF é muito menor, não arrecada junto aos clubes, algo inédito no mundo. Então fica um espaço para o setor privado se organizar de uma forma mais operacional, para garantir que você tire o máximo que futebol brasileiro pode te dar”, apontou. Ele, inclusive, defende o nome de Andrés Sanchez para presidir a liga de clubes.