Topo

Denílson admite estranheza na volta ao país, com horários, juízes e concentração

Denilson foi apresentado ao São Paulo em julho e está no clube por empréstimo - Vipcomm/Divulgação
Denilson foi apresentado ao São Paulo em julho e está no clube por empréstimo Imagem: Vipcomm/Divulgação

Renan Prates

Em São Paulo

30/09/2011 07h00

O volante do São Paulo, Denílson, voltou ao Brasil há pouco mais de dois meses, após seis anos morando na Inglaterra, onde atuava com a camisa do Arsenal. O jogador de 23 anos admitiu ainda estranhar algumas coisas na sua readaptação ao Brasil, como horários, árbitros de futebol e período de concentração.

  • Divulgação/Assessoria pessoal

    Denilson (quarto, da esquerda para direita) estranhou o regime de concentração no Brasil, muito diferente do que acontece no Arsenal (foto)

Da Inglaterra, Denílson não conseguiu se livrar da famosa pontualidade britânica. O são-paulino disse que sempre tenta fazer tudo no horário. “Nesse negócio de horário eu sou muito pontual, aprendi lá nessa questão. Tenho horário para comer, me alimentar, dormir, chegar aos lugares. Nisso sou inglês ainda”, admitiu em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Outro fator muito discrepante entre Brasil e Inglaterra no futebol é a concentração antes das partidas. Os atletas ficam reclusos no país dois dias antes das partidas, enquanto na Europa esse período é bem menor, como explicou Denílson.

“Lá a gente concentrava um dia. Quando jogava à noite pela Champions [Liga dos Campeões] e o jogo era em casa, às 19h45 a gente concentrava, no mesmo dia. Aqui no Brasil não, a concentração é dois dias antes. É uma coisa difícil de lidar, pois concentrar me deixa na nhaca. Mas o importante é obedecer às ordens do clube”, minimizou.

CLUBES DE DENÍLSON

São Paulo (SP): 2005-2006
Arsenal (ING): 2006-2011
São Paulo (SP): 2011

Denílson estranhou principalmente os critérios da arbitragem brasileira, muito mais rigorosa com as faltas do que a europeia. No pouco período que atuou no São Paulo após seu retorno, o volante foi mais vezes expulso do que em toda a sua carreira, segundo sua estatística própria.

“Choca bastante isso, pois em seis temporadas pelo Arsenal, eu fui expulso uma vez na vida. Quando voltei ao Brasil, em seis jogos fui duas vezes expulso. Mas se você parar pra ver não foi nenhum lance maldoso”.

'TROCANDO AS LÍNGUAS'

Às vezes chamando atenção no treino ou até pra pedir licença me pego falando inglês

Denílson, admitindo que ainda não se acostumou a falar somente o português

O volante são-paulino explicou que o assédio das marias-chuteiras no Brasil é muito maior que na Europa, mas ele consegue lidar muito bem com isso. “É complicado, pois aparece do nada. Quando você menos espera aparecem pessoas para se encostar”.

Denílson começou a jogar futebol inspirado pelo pai, José Neves, que atuou no meio campo do Botafogo-PB. O são-paulino demorou para digerir a perda de sua mãe, Luciene Pereira, que teve um problema cardíaco quando ele ainda era criança. E é por isso que ela será a primeira homenageada quando ele marcar seu primeiro gol com a camisa do São Paulo.

“Estou esperando fazer um gol pelo São Paulo, vou agradecer à Deus e depois à minha mãe, já que esse foi sempre o sonho dela. Se fizer um gol, ela será homenageada”.