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Marco Aurélio faz críticas a Juvenal e sugere Leão para técnico do São Paulo

Ex-cartola reprova opiniões de Juvenal e acusa clube de querer mandar onde não deve - Fernando Santos/Folha Imagem
Ex-cartola reprova opiniões de Juvenal e acusa clube de querer mandar onde não deve Imagem: Fernando Santos/Folha Imagem

Bruno Thadeu

Em São Paulo

19/10/2011 07h07

Marco Aurélio Cunha considera que a diretoria do São Paulo perdeu o rumo em agosto do ano passado, efetivando Sérgio Baresi no comando técnico. Desde então, os dirigentes tentaram controlar o futebol, sobrepondo às decisões dos treinadores. Em entrevista ao UOL Esporte, o vereador e ex-diretor do clube acredita que a demissão de Adilson Batista e as críticas recentes feitas por Juvenal Juvêncio a Rivaldo e Dagoberto são evidências de uma postura desequilibrada e soberba da diretoria, que busca novo treinador.

Para o ex-superintendente de futebol do São Paulo, a diretoria se aproveitou da ausência de técnicos autoritários no comando, entre outras coisas, para seguir interferindo no futebol. Cunha sugere a contratação de Emerson Leão.

  • Cunha em evento com Gilberto Kassab, Juvenal Juvêncio e Rogério Ceni, no Morumbi, em 2010. Diretoria errou em atribuir a Adilson parte dos tropeços do clube no Brasileirão, diz vereador.

“Eu gosto do Leão, que passou por momento de dificuldade, mas que tem um limite de interferência”.

O ex-diretor parte do princípio de que suas críticas devem ser vistas como elementos para tentar reorganizar o clube, e não como tentativa de aparecer na mídia. Dado o recado, Marco Aurélio Cunha diz que Adilson não foi o maior culpado pelos tropeços no Brasileirão. A culpa é de quem o colocou no comando técnico.

“É um erro comentar publicamente o que o Adilson fez de errado. Esse alguém é responsável por ter colocado o Adilson. E esse foi o grande erro”.

Afastado da política do clube, o vereador em São Paulo Marco Aurélio Cunha conta que retornaria ao Morumbi se recebesse convite, inclusive para ser candidato a presidente.

UOL Esporte – Na sua avaliação, o Juvenal errou ao criticar publicamente o Rivaldo e Adilson?

Marco Aurélio Cunha- Totalmente. Não poderia haver interferência. Sempre havia minha opinião quando eu tinha contato com jogadores e diretoria. Mas ele é o presidente. Fala o que quer. Mas eu não faria assim. Nos momentos difíceis, eu colocava a cara para defender. Não poderia aumentar o problema.

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  • João Neto/Vipcomm

UOL Esporte – Por que o São Paulo não consegue se acertar com um técnico? A média é de um técnico a cada seis meses.

Marco Aurélio Cunha- O São Paulo abandonou o conceito de comissão técnica fixa. Eu discordei na época. Não poderia haver essa interferência no trabalho do Adilson.

UOL Esporte – Você acredita que a diretoria agiu com soberba ao minimizar a figura de um treinador?

Marco Aurélio Cunha - Foi, foi sim [soberba]. Mas ele [Juvenal] sofria pressões [de diretores] que queriam participar das ações [no futebol]. A diretoria não teria tanta interferência no futebol com um super-técnico e acha que pode dar palpites com outros técnicos. No futebol quem dá a última palavra é o técnico.

É um erro comentar publicamente o que o Adilson fez de errado. Esse alguém é responsável por ter colocado o Adilson. E esse foi o grande erro

disse Marco Aurélio Cunha, reprovando comentário de Juvenal Juvêncio

UOL Esporte – Você entende que o São Paulo saiu dos trilhos quando a diretoria colocou o Sérgio Baresi, em 2010. Por que você diz isso?

Marco Aurélio Cunha  - Nada contra o Baresi, sinceramente. Mas o São Paulo não poderia ter trocado pelo Baresi. Apostaram na renovação atropelando todo um conceito que o clube mantinha há anos. Mudaram drasticamente. Quiseram passar a ter mais poder no futebol, algo que não tinham com treinadores ‘super-técnicos’. O Baresi não tem culpa. Foi vítima”.

UOL Esporte – Você pensa em concorrer à presidência do São Paulo?

Marco Aurélio Cunha - Eu retornaria ao clube se recebesse convite. Para eu concorrer, eu precisaria ser chamado e aprovado pelo Conselho. 

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