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Na última entrevista, Malucelli ataca Petraglia e defende compra de Morro

Marcos Malucelli, presidente do Atlético-PR, concede última entrevista, antes de deixar o cargo  - Divulgação/Atlético-PR
Marcos Malucelli, presidente do Atlético-PR, concede última entrevista, antes de deixar o cargo Imagem: Divulgação/Atlético-PR

13/12/2011 21h49

Na sua última entrevista, antes de deixar o cargo, o presidente do Atlético-PR, Marcos Malucelli, esquentou o clima das eleições do clube, marcadas para a próxima quinta-feira. Ele atacou o candidato à presidência pela oposição, Mário Celso Petraglia, do qual já foi aliado e hoje é desafeto declarado.

Apresentando documentos , o dirigente criticou  os métodos de Petraglia na direção do clube, acusando-o de beneficiar familiares e se beneficiar com a venda de jogadores. Qualificando-o como megalomíaco, pediu para que os associados não reelejam o ex-presidente.

“Não é possível trazer novamente uma figura como essa ao Atlético. É uma oportunidade rara de exercer a democracia na plenitude. Temos dois caminhos, um da correção e da seriedade, e o outro da interrogação”, declarou.

O presidente do Atlético-PR, Marcos Malucelli revelou também bastidores da campanha do time rebaixado para a Série B. Segundo ele,  alguns atletas foram flagrados levando bebidas para a concentração. Ele não revelou os nomes dos envolvidos, mas informou que alguns dos que foram dispensados pelo clube estavam entre responsáveis.  “Foram ingênuos. Vimos tudo pelo sistema de câmeras”, comentou.

O presidente atleticano respondeu às críticas dos opositores, que estão questionando na Justiça a contratação do atacante uruguaio Morro Garcia, acusando a atual diretoria de pagado R$ 16 milhões pelo jogador. Malucelli detalhou o processo de contratação, informando que o clube pagou US$ 6,2 milhões pelo atleta. Veja abaixo alguns trechos da entrevista:

Renato Gaúcho

“Renato Gaúcho pediu pra sair, após jogo contra o Atlético-MG. Estive com ele na sala da comissão técnica depois do jogo e, terça-feira, chamou-me dizendo que estava indo embora. Tinha motivos particulares para resolver no Rio de Janeiro. Ele pediu demissão...”

Geninho

“A decisão da demissão não foi minha em particular, foi da diretoria. A decisão vinha se consolidando no Campeonato Paranaense. A diretoria estava pensando em demitir (...). 80% de aproveitamento no Paranaense não vale nada. O aproveitamento foi bom, mas não para Paranaense. Tem que ter 90% num campeonato de dois clubes”.

Contratações

“Eu sempre dei a última palavra em todas as contratações, o que não significa que concordava com todas. Dizia que não tinham tinta na caneta [os diretores de futebol] porque queria saber quanto sairia cada jogador e se poderíamos gastar. As contratações  eram discutidas com a diretoria, principalmente com o Ênio (Fornea), que cuidava da parte financeira”.

Estilo

“Não sou centralizador. Quem conviveu comigo sabe disso: que nunca impus exercício de poder. Nunca tive atitude ditatoriais ou de censura...”

Saída de Paulo Rink

“Faltou comprometimento. Estávamos num jogo em Florianópolis precisando ganhar. Era um adversário direto contra o rebaixamento. O diretor se fecha um dia antes para jogar pôquer. Cheguei no domingo, não vi o Paulo. Então ele foi dispensado... Foi ídolo e é um bom rapaz. Gosto dele, mas profissionalmente cometeu esse ato”.

Futuro fora do Atlético-PR

"Pretendo acompanhar o Atlético como sempre fiz. Já estou no futebol há muito tempo (...). Como dirigente cansei. Pessoa de boa índole fica pouco tempo no futebol. É cansativo e estressante, principalmente com uma oposição que tive nos últimos três anos. Vou continuar vindo nos jogos com meus filhos”.