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Palmeiras se pauta por contratações modestas, 'esquece' camarão e irrita Felipão

Felipão já se preocupa com a dificuldade da diretoria do Palmeiras em trazer o "camarão" pedido - Fernando Maia/UOL
Felipão já se preocupa com a dificuldade da diretoria do Palmeiras em trazer o 'camarão' pedido Imagem: Fernando Maia/UOL

Luiza Oliveira e Ricardo Perrone

Em São Paulo

14/12/2011 06h02

Luiz Felipe Scolari exigiu 'camarões' e 'carnes nobres' para permanecer no Palmeiras em 2012. Mas até agora, o clube sinaliza apenas com contratações de pouca expressão e naufraga nas tentativas mais ousadas para a próxima temporada. A falta de perspectivas tem deixado o treinador irritado.

A única contratação anunciada até o momento é o lateral esquerdo Juninho, que se destacou na boa campanha do Figueirense no Brasileirão. O jogador estava na lista de 12 nomes que o treinador pediu para o próximo ano, mas não pode ser considerado um atleta de peso.

As negociações encaminhadas pela diretoria incluem o lateral direito Rafael Cruz, do Atlético-MG, e o zagueiro Edson Silva, hoje no Figueirense. Todos para o setor defensivo, considerado ponto forte do time em 2011. O 'camarão' ainda parece distante do time de Palestra Itália, especialmente para o ataque, setor mais carente da equipe.

Felipão considera que os reforços renomados deveriam ser anunciados antes dos outros mais modestos para evitar uma grande pressão política e as reclamações da torcida. No entanto, a diretoria adotou caminho inverso e não tem conseguido atender aos pedidos do comandante, que tem ficado insatisfeito com o atual planejamento.

As chamadas grandes contratações estão emperradas. O Fluminense atravessou o rival e contratou o meia Wagner, que teve ainda um desentendimento com o vice de futebol Roberto Frizzo. Já o atacante Diego Tardelli e o lateral Kleber ficaram distantes pelo alto preço pedido.

Além disso, as denúncias de vazamento de informações ainda assombram o clube, mesmo com a saída do gerente administrativo Sérgio do Prado, acusado por Felipão de passar informações a jornalistas. Essa é a principal explicação para o negócio com Jorge Wagner esfriar.

O treinador foi taxativo ao fazer as exigências. Disse que se sacrificou durante todo o ano em que o Palmeiras priorizou um trabalho de recuperação financeira, sem fazer extravagâncias nas contratações. Agora, quer ‘luxo’.

“Ano que vem, não tem mais dificuldade comigo. Ano que vem, quero carne, salada, camarão. O presidente sabe. Vai dar, sim. Tem de dar. O que pediram neste ano, eu fiz. Agora, eu peço ajuda para montar uma equipe”, disse, no mês de novembro.

A cúpula mostrou disposição para agradá-lo. Elaborou estratégias de contratação para apresentar à comissão técnica e promoveu uma reunião com o técnico, o auxiliar Flavio Murtosa e o supervisor Galeano. O encontro teve a presença de Tirone, de todos os vices, entre eles o de futebol Roberto Frizzo, do assessor da presidência Mauro Marques e até de integrantes da tesouraria e do departamento financeiro. No entanto, as promessas ainda não saíram do papel.