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Felipão afirma que presidente do Corinthians "paga duas vezes mais do que fala"

Felipão diz que rivais estão inflacionando o mercado da bola - Nelson Almeida/UOL
Felipão diz que rivais estão inflacionando o mercado da bola Imagem: Nelson Almeida/UOL

Do UOL Esporte

Em São Paulo

15/12/2011 08h33

Luiz Felipe Scolari não desiste de pedir os reforços de qualidade que ele espera há tanto tempo, mas as dificuldades que o Palmeiras enfrenta parecem desanimá-lo. O treinador culpa o mercado inflacionado e a política dos clubes responsáveis por isso. Segundo ele, o Corinthians é um deles.

“Acho engraçado quando vejo o [presidente corintiano] Andrés Sanchez dizer que não paga X por um técnico ou por jogador. Ele paga duas vezes mais do que fala. Sei porque tentamos contratar dois jogadores que foram para lá recebendo duas vezes mais do que oferecemos”, revelou Felipão em entrevista ao O Estado de S. Paulo.

O comentário faz referência a uma recente entrevista de Andrés dizendo que o Corinthians tem um teto salarial e que não pagaria R$ 700 mil para um treinador, citando a atual negociação com Tite.

O Palmeiras, por sua vez, tem sofrido para conseguir reforços. Até agora, contratou apenas o lateral-esquerdo Juninho. “Vejo todos os dias que a diretoria está tentando, mas dos 12 jogadores que eu pedi, uns sete ou oito todo mundo quer e oferecem salários estratosféricos”, justificou.

Os obstáculos são tantos que o discurso otimista de Felipão para 2012 já ganha ressalvas. As metas que ele traçou para o Palmeiras na próxima temporada podem ficar mais modestas. “Disputar uma Libertadores é ótimo, mas se eu ganhar um Campeonato Paulista pelo Palmeiras, pelas dificuldades que temos, vai ser como se fosse umas cinco Libertadores.”

Felipão também falou sobre a polêmica com Kleber, que deixou o Palmeiras. O caso faz o treinador projetar uma postura diferente quando um jogador de seu time receber uma proposta.

“Em 2012, se surgir qualquer proposta por A ou B vou mandar vender. Se não vender, empresário arrebenta o meu time. Na ocasião, eu bati o pé porque estávamos jogando bem, tudo organizado e tentei junto do presidente montar uma situação para ele ficar, mas o jogador resolveu sair. Agora não vou mandar segurar ninguém”, avisou Felipão.