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Odone quebra clima, cutuca Renato Gaúcho e reclama da torcida em jantar do Grêmio

Paulo Odone cria clima tenso em jantar do clube na pré-temporada em Bento Gonçalves - Marinho Saldanha/UOL Esporte
Paulo Odone cria clima tenso em jantar do clube na pré-temporada em Bento Gonçalves Imagem: Marinho Saldanha/UOL Esporte

Marinho Saldanha

Do UOL, em Bento Gonçalves (RS)

09/01/2012 22h37

O jantar promovido pelo Consulado do Grêmio em Bento Gonçalves na noite desta segunda-feira tinha por objetivo aproximar os jogadores e funcionários do clube dos torcedores. Porém, o clima proposto pelo presidente Paulo Odone foi completamente outro. O mandatário usou o microfone para ironizar Renato Gaúcho, ex-técnico do time, e discutiu com alguns torcedores.

Quando Paulo Odone foi chamado ao palco ouviu algo que não gostou de grupos de jovens aficionados. A relação do mandatário maior com algumas facções da torcida não é a melhor. Em 2011 foram muitos momentos de cobrança, manifestações e vaias durante quedas do time. As críticas inaudíveis do outro lado do salão de jantar em um prédio anexo do hotel que serve de concentração ao elenco tiveram resposta propagada por sistema de som.

"Queria agradecer aos torcedores aqui presentes. Menos aqueles oito ou sete ali [apontou para o grupo] e aqueles outros lá [apontou novamente]. Estes não são torcedores do Grêmio. Estes querem aparecer. São mal-educados, inconvenientes. Estes não merecem. Estão estragando tudo. Não aceito isso. Esses não são gremistas", bradou Odone.

O tom duro ao se referir ao grupo silenciou o local, que até então tinha clima de festa. Após as palavras rudes, outra ironia. Odone lembrou que o Grêmio não esteve em Bento Gonçalves em 2011 por escolha de Renato Gaúcho, então técnico do time.

"Primeiro de tudo tenho que lembrar: só viemos para cá por causa do nosso atual treinador. Antes nosso treinador não quis dar isso a vocês", disse.

Renato Gaúcho foi demitido em junho passado. Sua relação com Paulo Odone nunca foi a melhor. Além de críticas públicas de parte a parte, partiu da figura política a saída do técnico e maior ídolo da história do clube. De fato, a permanência em Porto Alegre para pré-temporada 2011 partiu do ex-camisa 7. A alegação foi que, como o Grêmio estava na pré-Libertadores, não haveria tempo para deslocamento até a serra.

As palavras que seguiram tentaram reaver o clima ameno, mas o problema já havia ficado evidente. Aos poucos, personalidades locais e autoridades abafaram a situação.

A maioria dos presentes estava satisfeito. Isto porque, em cada mesa de jantar estavam três jogadores ou funcionários do clube. A interação com os atletas "pagou" os R$ 130 gastos pelos presentes [fora bebidas]. Foram 450, o que gera R$58,5 mil. O lucro do evento ficou para o hotel. Foi a única forma de pagamento, já que o Grêmio não arcou com nenhum custo para permanência dos jogadores, que o local recebe até dia 14.