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Fla inicia ano em crise e diretoria tenta 'apagar incêndio' antes da Libertadores

Luxemburgo e Patrícia Amorim sabem que o Fla não pode encarar crise na Libertadores - Alexandre Vidal/ Fla Imagem
Luxemburgo e Patrícia Amorim sabem que o Fla não pode encarar crise na Libertadores Imagem: Alexandre Vidal/ Fla Imagem

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Londrina (PR)

11/01/2012 06h05

Teoricamente, os 22 dias de preparação do Flamengo para o jogo contra o Real Potosí, na Bolívia, que pode definir os rumos do time na atual temporada, deveriam ser dedicados exclusivamente aos treinamentos e à busca por reforços. No entanto, os acontecimentos dentro das quatro linhas se tornaram secundários. Enquanto alguns jogadores se esforçam para alcançar a forma ideal de olho na "decisão" da pré-Libertadores, o clube já vive sua primeira crise em 2012, com atletas reclamando, diretoria respondendo e técnico se posicionando contra o comando financeiro do clube.

Jogadores do Flamengo se recusam a dar entrevistas; Luxemburgo ataca diretoria

  • Alexandre Vidal/ Fla Imagem

    A resistência por partes dos jogadores em conceder entrevistas na última segunda-feira mostrou que o clima no Flamengo não era dos melhores. E ele se agravou nesta terça-feira, principalmente após as declarações do vice-presidente de finanças do clube, Michel Levy, que criticou a postura de alguns atletas que cobravam os seus vencimentos atrasados

Com o fim dos contratos com os principais patrocinadores, o clube não arranja dinheiro para equacionar as dívidas de luvas atrasadas e direitos de imagem a serem pagos a alguns jogadores. Somadas, as saídas de Procter & Gamble e Brasil Brockers representam uma diminuição de cerca de R$ 1,5 milhão nos cofres do rubro-negro, verba suficiente para acabar com a insatisfação do grupo.

E enquanto o zagueiro Alex Silva, o vice de finanças, Michel Levy, e Vanderlei Luxemburgo trocam farpas pela imprensa, já há quem comece a temer pelo pior naquele que será o mês mais importante da temporada. Preocupado com os desdobramentos da crise, o diretor executivo de futebol, Luiz Augusto Veloso, tenta "apagar o incêncio" de grandes proporções que ameaça o clube da Gávea.

"Entendo a colocação de todos, mas não é hora para isso. Temos que "colocar a bola no chão" e trabalhar com calma. Tem gente falando sobre coisa que não é da sua alçada. Jogador treina, técnico prepara a equipe e diretoria cumpre com suas atribuições. Não podemos ter um momento conturbado em um período tão importante da temporada", amenizou Veloso, acrescentando.

"Os jogadores têm que entrar em campo tranquilos para fazer o seu trabalho, cientes de que estamos nos esforçado muito para cumprir com nossas obrigações e dar as melhores condições possíveis a eles. A presidente está trabalhando, nós também, e vamos procurar boas notícias para estes próximos dias", prometeu o diretor executivo de futebol.

Apesar do discurso ameno e da boa vontade em ver as coisas melhorarem, o "pedido de paz" de Luiz Augusto Veloso não é tarefa das mais simples, principalmente em função dos personagens envolvidos na crise. Apesar de evitarem os ataques explícitos, Michel Levy e Vanderlei Luxemburgo não vivem a melhor das relações. Após episódios conturbados no início do último ano, os dois chegaram a fazer as pazes, mas o clima voltou a ficar quente em 2012.

Tentativa frustrada de amenizar a crise

Antes do pedido do diretor executivo de futebol, o Flamengo tentou outra saída para desfazer a "troca de farpas" via imprensa protagonizada por seus comandantes nos últimos dias. Na noite da última terça-feira, o clube divulgou uma nota oficial desmentindo as declarações do vice de finanças, Michel Levy, que causaram todo o mal estar. No entanto, a nota foi tirada do ar pouco tempo depois, deixando dúvidas sobre quem realmente estava mentindo.