Abilio Diniz revela dar palpites na escalação do São Paulo e diz ter passado cartilha a Leão

Mais do que revelar seus dons futebolísticos em entrevista a Revista GQ, o empresário Abilio Diniz, um dos dez homens mais ricos do Brasil, explicou como interfere, sem colaboração financeira, no São Paulo, seu time de coração.

Integrante do conselho consultivo do clube, Diniz é amigo próximo do assistente técnico, Milton Cruz, e revelou que frequentemente envia mensagens, via SMS, para dar palpites, solicitar alterações na escalação e até no esquema tático da equipe.

“O Milton fica muito feliz. Muitas vezes, vejo coisas que ele não vê. Sempre fui um estrategista do futebol”, disse o empresário dono do Pão de Açúcar, afirmando que poderia até ser treinador, além de ressaltar que suas orientações chegam aos ouvidos de Emerson Leão. “Claro que ele (Milton Cruz) não diz que fui que falei”.

A chegada de Leão ao clube também tem o dedo de Abilio Diniz. O empresário e o treinador mantém amizade desde 1970, quando disputavam peladas em um terreno no Morumbi. “Levei dez dias para convencer o Juvenal a contratar o Leão”, conta, antes de lembrar as recomendações que deu ao treinador assim que a negociação foi concretizada. “Você vai aceitar todos que estiverem lá. E, se brigar com o Milton, quem sai é você. Estamos entendidos?”.

A revista traz ainda um breve depoimento do treinador que parece não ligar para o jeito palpiteiro do empresário. “Temos muito bom relacionamento. É um diálogo de alto nível. O que nós precisamos fazer, é separar o inteligente do abusado”.

O envolvimento do empresário no São Paulo, no entanto, não faz dele um 'político' no clube. Prova disso é que os problemas atuais do São Paulo são, na visão do empresário, do “velho” presidente do clube.

“O grande culpado disso é o meu amigo Juvenal Juvêncio. É um cara que conhece futebol, mas está ficando um pouco velho, e tem alguns velhos que ficam passionais e saem da realidade”, cornetou Diniz, criticando os ex-treinadores Sergio Baresi e Carpegiani.