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Procura por patrocínio para uniforme do Palmeiras causa "guerra" entre diretores

Marca da Kia Motors no uniforme do Palmeiras também causou guerra de egos entre diretores - Danilo Lavieri
Marca da Kia Motors no uniforme do Palmeiras também causou guerra de egos entre diretores Imagem: Danilo Lavieri

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

08/02/2012 12h00

As negociações para um patrocinador estampar o omoplata do uniforme do Palmeiras viraram uma guerra interna no clube. O departamento de marketing afirma que trará uma gigante do ramo de tecnologia da comunicação, sem precisar pagar comissão, e diz que o financeiro tenta fechar com uma petrolífera que terá o “pedágio” de 10% para a agência XYZ.

Publicamente, os dois lados negam que há a guerra interna e usam a política para comentar o fato. O diretor de marketing, Rubens Reis, limita-se a dizer que, até o fim da semana, deve trazer novidades para o clube.

“Estou negociando com uma gigante e está praticamente fechado”, disse Rubens, que prefere não revelar valor. Comenta-se, internamente, que o acordo pode chegar aos R$ 7 milhões, entre dinheiro e ajuda para instalações no clube. O diretor ainda pensa em incluir a mão de obra do novo parceiro para os prédios da Arena Palestra, que serão inaugurados neste mês. Ele, no entanto, prefere manter silêncio sobre o assunto. “Está 99% fechado, vou anunciar até o fim da semana”, repetiu Reis.

Por outro lado, o vice-presidente financeiro, Walter Munhoz, admite que dá sugestões para o marketing, mas diz que Rubens Reis tem autonomia para aceitar ou não. Ele também assume que o patrocínio proposto por seu departamento terá a intervenção de uma agência.

“A gente só dá os pitacos para o marketing, mas eles podem escolher o que acham melhor para o Palmeiras. O clube já assinou faz um tempo um convênio com a XYZ para termos a ajuda. E se sair com a ajuda deles, a comissão já está fixada, mas não temos obrigação de aceitar os sugeridos”, explicou Munhoz.

Houve também uma disputa de egos após o acordo com a Kia Motors para patrocinador máster. Enquanto Rubens Reis e Newton Lavieri afirmam que o acordo foi fechado por eles, com uma ajuda da agência AP Sports, Walter Munhoz declarou que os créditos precisam ser dados a um vídeo institucional feito por Francisco Gallucci e Eduardo Silva, funcionários do marketing. A declaração causou incomodo interno.

O departamento financeiro é completamente comandado por indicados do ex-presidente Mustafá Contursi, que já declarou que está rompido com a atual gestão. O marketing, por sua vez, teve as indicações do também ex-presidente Affonso Della Mônica. Esse grupo, no entanto, ainda está ao lado de Arnaldo Tirone.

Ainda no âmbito político, há uma forte pressão para que Rubens Reis seja demitido do cargo. Tirone já sinalizou com a profissionalização do setor, mesmo com os resultados positivos conseguidos nos últimos dias.