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Queridinho das meninas, Lucas Piazon ainda leva vida de desconhecido em Londres

O meia-atacante Lucas Piazon em ação ainda pelo time reserva do Chelsea - Divulgação/Chelsea
O meia-atacante Lucas Piazon em ação ainda pelo time reserva do Chelsea Imagem: Divulgação/Chelsea

Lucas Tieppo

Do UOL, em São Paulo

13/02/2012 06h00

Lucas Piazon é mais um dos muitos jogadores brasileiros que deixaram o país antes de se tornarem profissionais e ficarem, de fato, conhecidos pelos torcedores brasileiros. Mas seu caso não é tão comum assim. Basta acessar a página oficial do agora atleta do Chelsea no Facebook ou buscar seu nome no Twitter para ver que, pelo menos nas redes sociais, o garoto já é bem famoso, principalmente entre o público feminino.

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Criado nas categorias de base do São Paulo, Piazon diz não se incomodar com o assédio virtual e que pessoalmente suas fãs são bem mais contidas. “Não sei muito sobre essa fama entre as mulheres (risos). Sei mais do assédio pelo Twitter, mas aqui em Londres não tem muito não. No Brasil, eu saí antes de aparecer mais na mídia também”, disse Lucas ao UOL Esporte.

JOVEM RELEMBRA BRIGA NA JUSTIÇA COM O SÃO PAULO

O meia-atacante Lucas Piazon foi um dos três jogadores, ao lado de Oscar e Diogo, que tentaram deixar o São Paulo na justiça. Mas, assim como Diogo, ele voltou atrás da decisão e se reintegrou ao time, ainda nas categorias de base. Hoje, pouco mais de dois anos após a briga judicial, Piazon olha para trás e comemora não ter ido até as últimas consequências, como fez Oscar, que deixou o Tricolor, acertou com o Inter, mas pode voltar ao clube de origem.
“Foi decisão minha mesmo voltar ao São Paulo. Fiquei quatro, cinco meses parado e eu queria jogar. Fiz um ano muito bom em 2010 e apagamos tudo que aconteceu. E depois o Chelsea fez proposta e eu sai sem deixar mágoa. De nenhum dos dois lados”, relembrou.
 

O problema para as fãs de Piazon é que ele namora Maria, também de 18 anos. “Ela é bem tranquila com relação a isso, entende que é meu trabalho, então leva numa boa”, afirmou o jogador, que passará o carnaval com a namorada.

Assédio feminino à parte, Lucas ainda consegue andar normalmente pelas ruas de Londres como uma pessoa comum, algo que ele definitivamente não é, já que custou R$ 15 milhões aos cofres do Chesea no meio do ano passado. “Não tem muito assédio dos torcedores ainda. Ontem, eu estava no mercado com a minha mãe e irmã e um torcedor me pediu para tirar uma foto. Mas aqui eles são bem reservados, respeitam bastante”, revelou.

Mas essa vida de “pessoa comum” em Londres está prestes a mudar. Ao completar 18 anos em janeiro, Lucas começou a treinar com o time profissional do Chelsea – antes ele atuava pelo time reserva, onde se destacou.

Além de treinar ao lado de estrelas como Lampard, Fernando Torres, Mata, Terry e David Luiz, ele também foi convocado pelo técnico André Villas-Boas para ficar no banco de reservas de dois jogos pelo Campeonato Inglês, contra Swansea, empate em 1 a 1, e no clássico com o Manchester United, que também terminou empatado em 3 a 3.

E no jogo contra o United, Lucas achou que pudesse estrear pelo time profissional. “No jogo contra o Swansea, pelo jeito que estava o jogo, não achei que o Villas-Boas ia me colocar na pressão. Mas contra o Manchester, quando estava 3 a 0, eu até achei que ele ia me colocar no final. Só que ai eles começaram a fazer gol atrás de gol e não deu para entrar. Mas foi uma sensação muito legal, o estádio lotado e todos falando desse jogo”, revelou Piazon.

FRIO VIRA UM DOS ADVERSÁRIOS NOS TREINOS

Um dos maiores desafios de Lucas Piazon nos últimos tempos tem sido enfrentar o frio que tem feito em Londres. Mas nada que muitas blusas não resolvam. “Visto gorro, calça de moleton, blusa. Mas é difícil treinar. O problema mesmo são os primeiros dez minutos, depois esquenta e fica até com calor”, disse Lucas que já encarou.

Mesmo treinando com o time principal e sendo relacionado, Lucas sabe que precisa evoluir para jogar com regularidade e também não descarta ser emprestado para pegar rodagem. “A parte física eu ainda sinto um pouco, já sentia no time B e agora sinto ainda mais. Preciso trabalhar um pouco para aguentar a pressão”, disse o camisa 35 do Chelsea.

“Ainda não falaram nada sobre ser emprestado, mas acho importante. Quando se é muito novo é difícil jogar. É bom para evoluir, crescer no futebol inglês. E não vejo como passo atrás, muito pelo contrario. Faz parte de um processo natural”, analisou.