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Contrato do Atlético-MG para exploração do Independência terá ajustes, mas é considerado válido

Atlético poderá explorar comercialmente Independência conforme contrato com BWA - Sylvio Coutinho/Divulgação
Atlético poderá explorar comercialmente Independência conforme contrato com BWA Imagem: Sylvio Coutinho/Divulgação

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

24/02/2012 15h59

O contrato para exploração comercial do novo estádio Independência, firmado pelo Atlético-MG com a BWA não fere a licitação realizada pelo Governo de Minas. Apesar disso, algumas cláusulas passarão por ajustes para atender à solicitação da Advocacia Geral do Estado.

  • Bruno Cantini/Site oficial do Atlético-MG

    Alexandre Kalil: O Atlético- fez um bom negócio e fico satisfeito de ter sido o presidente deste acordo

Essa decisão foi tomada em reunião, iniciada no final da manhã e encerrada no meio da tarde desta sexta-feira, na sede da Procuradoria Geral do Estado de Minas Gerais, no Bairro Santo Agostinho, com a participação dos presidentes de Atlético (Alexandre Kalil), Cruzeiro (Gilvan de Pinho Tavares) e América (Marcus Salum), do diretor geral da BWA, Bruno Bausinelli, do advogado gera do Estado, Marco Antônio Romanelli, do procurador-geral de justiça do Estado, Alceu Marques, e do secretário extraordinário da Copa do Mundo, Sérgio Barroso, entre outros.

O entendimento da advocacia geral do Estado é que o acordo firmado entre Atlético-MG e BWA, com as necessárias mudanças determinadas, será exclusivamente comercial e não para a administração do estádio, cuja obra deve ser concluída em meados do próximo mês. As mudanças em algumas cláusulas do contrato serão realizadas pelo Atlético-MG e pelo Consórcio Arena Independência, formado pela BWA e Ingresso Fácil, e o novo contrato deverá ser novamente assinado, na próxima semana, em uma outra reunião, após avaliação nas modificações feitas.

“Foram necessários pequenos ajustes para que o contrato seja puramente comercial. Deixou claro que as leis e, principalmente, o edital de licitação e concessão permanecem íntegros, sem nenhum ferimento”, afirmou Marco Antônio Romanelli. Segundo ele, após as modificações, o contrato entre Atlético-MG e BWA não prevê nenhuma ingerência do clube atleticano na administração do estádio.

Uma das cláusulas a serem mudadas é a 11.14, que falava que nenhum clube poderia enfrentar o Atlético-MG no Independência na condição de mandante. Segundo Romanelli, esse item sofrerá alteração para que fique bem claro. “Isso ficará a cargo de um grupo formado pela Federação Mineira de Futebol, América, Atlético, BWA e três representantes do Estado. Esse grupo vai ditar essas normas, que vão definir preço e quem jogará como mandante”, explicou.

O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, disse ter ficado satisfeito com a decisão tomada. “O contrato, como disse, é legal. Vão haver alguns ajustes, mas nada que altere o acordo comercial que interessa ao Atlético, que terá 45% de todas as propriedades e será mandante. Como disse, não fazemos nada de orelhada. Vamos fazer mudanças, que não alterem nada, são apenas palavras”, afirmou o mandatário atleticano. Na reunião ficaram mantidos os percentuais das partes em relação às receitas do estádio: 45% das para Atlético, 45% para BWA, enquanto América e Governo de Minas têm 5% cada do lucro bruto.

Para Alexandre Kalil, o Atlético-MG fez um bom negócio. “O Atlético sai mais rentável, fico satisfeito em saber que o Atlético tem agora um lugar para jogar, para a torcida se reunir e cobrar. Vamos agora finalizar o sócio-torcedor. Cada um terá a sua cadeira”, observou o dirigente atleticano.

Marcus Salum, integrante do conselho administrativo do América-MG, revelou que o clube ficou satisfeito com o resultado da reunião. “O América veio preservar o que estava escrito na licitação, que o América é dono do estádio e seus direitos foram mantidos. Estamos satisfeitos e o Atlético tem acordo comercial”, afirmou o dirigente americano.

Gilvan de Pinho Tavares e os outros dois representantes do Cruzeiro deixaram a reunião pouco antes do término e não se pronunciaram a respeito das definições tomadas. Nenhum deles falou com os jornalistas, que esperavam do lado de fora, já que o encontro aconteceu a portas fechadas.