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Record protesta contra acordo entre Globo e Fifa e ameaça ir à Justiça

Do UOL, em São Paulo

29/02/2012 12h47

Classificação e Jogos

A Record emitiu um comunicado oficial nesta quarta-feira protestando contra o acordo que dá à Globo o direito de transmitir as Copas de 2018 e 2022. Segundo a emissora paulista, a Fifa descumpriu a promessa feita de abrir uma licitação pública e fechou um compromisso não transparente, por isso a briga pode até parar na Justiça.

"A Rede Record vem a público manifestar sua absoluta surpresa com a decisão da Fifa de prorrogar o acordo de direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2018 e 2022 para o Brasil com outra emissora sem qualquer licitação", disse o texto da TV enviado à imprensa.

A confusão começou na última terça, quando a Globo anunciou a renovação de seu compromisso com a Fifa até 2022. Já dona dos direitos de transmissão do Mundial de 2014, a emissora carioca não venceu nenhum tipo de concorrência pelo novo contrato, ao contrário do que normalmente acontece em negociações do tipo. 

À Folha de S. Paulo, a Fifa explicou que "aborda cada mercado de forma diferente de acordo com as circunstâncias". A rival da Globo, no entanto, não parece ter ficado satisfeita com a justificativa. "A Record foi informada em 2010, logo após o término da Copa do Mundo, pelo diretor de TV da Fifa, sr. Niclas Ericson, de que haveria uma concorrência pelos direitos de transmissão dos eventos promovidos pela Fifa em 2018 e 2022", disse a nota da emissora, que diz ter e-mails que comprovam a conversa. 

Diante do impasse, a Record fala até em acionar mecanismos judiciais na Suíça e no Brasil para defender seus interesses. A nota oficial da emissora paulista ainda alfineta diretamente a Globo. 

"Relevante, também, ressaltar que a empresa que teve seu acordo prorrogado com a Fifa gosta de se auto-intitular como um dos maiores grupos de comunicação do mundo. Em contrapartida, mostra em seus métodos que não aceita concorrência livre em que a melhor proposta seja vencedora", diz a Record. 

No ano passado, os dois canais e a RedeTV! protagonizaram uma grande polêmica sobre os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. A disputa mobilizou os principais cartolas do país, envolveu milhões e terminou com o Clube dos 13 dissolvido e a Globo mantendo seu status de emissora oficial do torneio. 

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA RECORD SOBRE O ACORDO ENTRE GLOBO E FIFA

A Rede Record vem a público manifestar absoluta surpresa com a decisão da Fifa de prorrogar o acordo de direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2018 e 2022 para o Brasil com uma outra emissora sem qualquer licitação.

A Record foi informada em 2010, logo após o término da Copa do Mundo, pelo diretor de TV da Fifa, Sr. Niclas Ericson, de que haveria uma concorrência pelos direitos de transmissão dos eventos promovidos pela Fifa em 2018 e 2022, conforme provam e-mails trocados entre executivos da Record e da Fifa. No encontro realizado no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro, a direção de nossa empresa ouviu garantias de que a licitação seria pública, transparente e aberta em regime semelhante ao que a Fifa realiza em países do mundo inteiro. Na oportunidade, a Record também entregou à Fifa um documento oficial afirmando que concorda com todas as condições para a aquisição dos eventos.

O acordo com a concorrência foi anunciado sem que qualquer outra empresa de comunicação brasileira tenha sido consultada, A informação foi divulgada no mesmo espaço de notícias em que a Fifa anuncia a abertura de licitação dos direitos para centenas de países da Europa, como Alemanha, Itália e Portugal; da Ásia como China e Índia; da Oceania como Austrália, da África, além de Estados Unidos, Canadá, América Central e da própria América do Sul.

É estranho verificar que para o Brasil o método seja outro. Um contrato sem concorrência decidido "fora do horário comercial", sem ser à luz do dia e de forma transparente.

Relevante, também, ressaltar que a empresa que teve seu acordo prorrogado com a FIFA gosta de se auto intitular como um dos maiores grupos de comunicação do mundo. Em contrapartida, mostra em seus métodos que não aceita concorrência livre em que a melhor proposta seja a vencedora.

A Record informa que pretende estudar as melhores medidas judiciais cabíveis na Suiça e no Brasil que garantam os direitos internacionais de negociação.

Acreditamos na justiça e nas entidades mundiais de defesa do livre comércio sediadas na Suiça. Organizações que, justamente, combatem práticas de monopólio, protecionismo e corrupção.