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Emerson rebate acusação de lavagem de dinheiro: "não fiz nada e fui enganado"

Sheik negou participar de esquema de lavagem de dinheiro e defendeu amigo Diguinho - Arte UOL / Fernando Llano/AP e Dhavid Normando/Photocamera
Sheik negou participar de esquema de lavagem de dinheiro e defendeu amigo Diguinho Imagem: Arte UOL / Fernando Llano/AP e Dhavid Normando/Photocamera

Carlos Padeiro

Do UOL, em São Paulo

11/03/2012 06h00

Acusado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro e contrabando, Emerson Sheik enfim resolveu falar sobre o caso, após o empate entre Corinthians e Guarani por 1 a 1, na noite do último sábado, e assegurou que é inocente e foi enganado.

“Existe o dito popular de quem não deve não teme. Minha consciência está totalmente tranquila, tenho certeza absoluta de que não fiz nada e fui engando como muitos outros”, declarou o camisa 11 alvinegro, no Pacaembu.

“Mais de 110 pessoas foram enganadas, mas sou o Emerson Sheik, que joga no Corinthians, o Diguinho joga no Fluminense, o Belo é o cantor”, acrescentou, citando outros nomes envolvidos no caso. “O Diguinho é meu amigo e foi tão engando quanto eu”, comentou Sheik.

Na semana passada, o juiz Gustavo Pontes Mazzocchi, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, acatou a denúncia do MP. A investigação obteve escutas telefônicas dos jogadores. Caso processados, ambos podem ficar presos por até 14 anos.

O atleta de 33 anos está confiante que será inocentado pela Justiça, sem prejuízos à sua carreira. Tanto é que faz planos. “Estou muito bem representado por pessoas que têm certeza absoluta que fui enganado e sou inocente. Não há motivo algum para eu não dormir, não treinar ou estar com a cabeça em outro lugar. Estou com a cabeça boa no Corinthians, tenho mais dois anos de contrato e vou cumprir, querendo renovar e encerrar a carreira aqui.”


A denúncia de Sheik e Diguinho no crime de lavagem de dinheiro ficou evidenciada, segundo o MP, a partir do seguinte acontecimento. Sheik comprou um BMW X6, cor branca, por R$ 200 mil (R$ 160 mil e mais R$ 40 mil em IPI) em 29 de outubro de 2010, da Rio Bello. Quase dois meses depois, o atacante negociou seu veículo para a mesma Rio Bello e pelo mesmo preço (mas sem o IPI).

No mesmo dia em que Sheik se desfez do veículo, Diguinho efetuou a compra do BMW X6 pelo mesmo valor. Vinte dias depois, o volante do Flu revendeu o veículo para a mesma Rio Bello. Horas depois, Diguinho recomprou o automóvel da Rio Bello.

A ação é típica de lavagem de dinheiro, onde é injetado dinheiro sujo para recebimento de dinheiro ou bem legal, concluiu o MP.

Em depoimento ao MP no ano passado, o atacante corintiano não soube explicar por que a venda de o veículo para Diguinho representou R$ 315 mil, mas na nota constava R$ 200 mil. Na ocasião, afirmou que não tinha visto a nota e que um amigo chamado Caetano costuma fazer suas transações de veículos. Caetano (cujo sobrenome não foi revelado) rebateu e disse que jamais negociou para o atacante. Já Diguinho reconheceu ao MP a diferença dos valores.

A Justiça vai ouvir a apresentação de defesa dos advogados dos acusados. Se quiser, pode julgá-los inocentes e encerrar o processo. Em caso contrário, a ação penal prosseguirá, com testemunhas de ambos os lados e depoimentos das testemunhas.