Zagallo "corneta" Ronaldinho e diz que meia tira lugar de quem quer crescer na seleção

O ex-técnico da seleção brasileira Zagallo, 80,  apesar de estar longe dos gramados, ainda dá seus pitacos sobre a equipe nacional e faz suas críticas.

O "Velho Lobo" disse não aprovar a participação de Ronaldinho Gaúcho no time comandado por Mano Menezes e disse que há muito tempo fala isso.

Ontem, o jogador do Flamengo foi incluído na pré-lista do treinador da seleção para a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres. Ele já fracassou com o Brasil em Olimpíadas nas edições de 2000, em Sydney, e 2008, na China.

"Hoje a imprensa diz que ele não tem condições de estar na seleção, mas eu já digo isso há muito tempo. Condição orgânica é uma coisa nata. Não tenho nada contra ele, mas ele se limita a jogar em um espaço de 30 metros. Ele joga de meia na seleção, mas não executa a função", falou.

"Quando você coloca um jogador que não tem condições para jogar de ponta de lança, o que você pode esperar? Ele não tem poder de ação ali. Técnica e habilidade é uma coisa. Agora, exercer função de meio-campo, ele não exerce. Ele está tirando lugar de jogador que quer crescer", continuou.

Zagallo disse que torce pelo sucesso de Mano na seleção, mas disse acreditar que ele está demorando muito para formar uma base. Afirmou, inclusive, que o próprio treinador da seleção já ouviu ao seu lado sua opinião sobre a participação de Ronaldinho.

"Não estou contra o Mano, eu torço por ele. Mas quando falam e conversam comigo, eu falo isso [que Ronaldinho não dá]. Eu já falei isso quando estávamos eu, ele e Parreira. Eu botei para fora, não ia dizer inverdades. Mas torço para que o Brasil seja hexa", falou.

"Se as coisas não estão andando em termos de resultado, temos que chegar em 2014 com mais eficiência. Acho que já poderíamos ter uma base solidificada. Mas cada um tem sua cabeça. Torço para tudo dar certo, mas tenho meu ponto de vista e não abro mão."

Como jogador, Zagallo conquistou com a seleção os títulos das Copas de 1958 e 62. Como técnico arrematou o Mundial de 1970, além das Copas América e das Confederações de 1997. Como auxiliar técnico, esteve presente na conquista de 1994, nos Estados Unidos.